
Breve história dos musicais (Parte 2)
Os anos 1920 e 1930 foram um marco para o desenvol...
Histórias em quadrinhos, tema da exposição que o MIS apresenta de novembro de 2018 a maio de 2019, é um universo muito amplo, e suas camadas podem ser abordadas de várias maneiras: estrutura gráfica, narrativa, gênero, faixa etária, referências etc. O que gostaríamos de destacar neste texto é a presença da ideia de Antropomorfismo nessa linguagem, sendo recorrente também no universo de contos, filmes e animações.
De origem grega, o termo é a junção das palavras “anthropo” (homem) e “morfhe” (forma) e é definido pelo uso de características humanas, podendo ser físicas ou comportamentais, por objetos inanimados ou seres ditos irracionais. É um recurso muito utilizado para transmitir mensagens de cunho religioso, social ou moral, facilitando a identificação do público com o personagem. Muitas vezes, vemos como temas polêmicos e difíceis de serem tratados ganham outros contornos, especialmente através da utilização de animais como parte da história. A HQ Maus, de Art Spiegelman, é um exemplo, contando a história de um sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz através do uso das figuras de gatos e ratos.
No Cristianismo, aspectos humanos são atribuídos a seres sobrenaturais, criando anjos, demônios e santos. Na Mitologia, deuses são criados pela junção da realidade humana com aspectos da natureza. Nos quadrinhos, Mauricio de Sousa utilizava o dinossaurinho Horácio para expressar seus sentimentos; Valente, de Vitor Cafaggi, é um cachorro que sofre por amor; e, nas tiras de Bill Watterson, Calvin vê o tigre de pelúcia Haroldo como um tigre de verdade. São inúmeras as possibilidades narrativas que podem ser exploradas pela ideia de antropomorfismo. Você consegue se lembrar de outros exemplos, não só dos quadrinhos, mas de filmes, séries ou contos de fadas?
Imagem: Valente, personagem de Vitor Cafaggi.
Os anos 1920 e 1930 foram um marco para o desenvol...