A cada edição, o Ciclo de Cinema e Psicanálise apresenta um filme no Auditório MIS, seguido de debate mediado por Luciana Saddi, coordenadora de cinema e psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida.
No dia da amizade, o Ciclo de Cinema e Psicanálise terá uma edição especial online. O canal do MIS no YouTube, transmite uma conversa da psicanalista Yeda Alcide Saigh e a escritora Giovanna Bartucci que debatem o filme Os Banshees de Inisherin que narra a história dos amigos Pádraic e Colm e o rompimento de uma relação de longo período. A conversa será mediada pela psicanalista Luciana Saddi. O filme pode ser assistido previamente na plataforma Star +.
Sobre o filme:
Os Banshees de Inisherin
(dir. Martin MacDonagh, EUA/Irlanda/Reino Unido, 2022, 114 min, 18 anos)
Dois amigos de longa data se encontram em um impasse quando um deles termina abruptamente o relacionamento, com consequências alarmantes para ambos.
Os Banshees de Inisherin narra a ruptura da amizade entre Pádraic e Colm. Numa ilha remota na costa da Irlanda, Pádraic não se conforma quando Colm, sem explicações, repentinamente, põe fim à amizade de toda uma vida. Com a ajuda da irmã e de um jovem problemático, Pádraic se propõe a reparar o relacionamento, o que agrava ainda mais a ruptura.
Na mitologia celta Banshee é um ente fantástico, ser maligno que arrebata os homens causando loucura, destruição e morte. O drama trata desses temas e também expõe a teimosia e violência masculina. O diretor Martin McDonagh aborda irracionalidade, automutilação e diferentes maneiras de ataque com contundência. Ao mesmo tempo agrega à narrativa, de forma menos enfática, tópicos como sexualidade masculina, amizade entre homens, repressão aos aspectos homossexuais e abusos patriarcais. A guerra civil da Irlanda (1922 à 1923) que opôs irlandeses que lutaram juntos pela independência perpassa a trama. A guerra foi travada entre dois grupos de nacionalistas irlandeses. De um lado o novo governo do Estado Livre, e de outro, os republicanos para quem o tratado com os britânicos representava traição da república da Irlanda. As forças governistas venceram.
Freud, em O Mal-estar na civilização (1929) considerou a agressividade humana como força constante a provocar conflitos, destruição e morte. Acreditava que ter um inimigo comum era uma das únicas maneiras de unir os homens.
Sobre as debatedoras:
Yeda Alcide Saigh é analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, mestre em psicanálise pela PUC-SP e doutora em Psicanálise pela USP. Atualmente, cursa pós-doutorado pela USP. É colaboradora do “Livro anual de psicanálise” e publicou os livros: “Término de análise” e “Pós-análise: estudo sobre o período pós-término do processo psicanalítico em pacientes adultos”, ambos pela editora Casa do Psicólogo.
Giovanna Bartucci é psicanalista, professora doutora em Teoria Psicanalítica (UFRJ), autora de “Onde tudo acontece: cultura e psicanálise no século XXI” (Civilização Brasileira – Prêmio Jabuti 2014) e “Fragilidade absoluta: ensaios sobre psicanálise e contemporaneidade” (nVersos, 2022), entre outros. Giovanna Bartucci mora e pratica a psicanálise em São Paulo.
Sobre a mediadora:
Luciana Saddi é psicanalista e escritora, membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, mestre em Psicologia pela PUC-SP e diretora de cultura e comunidade da SBPSP (2017/2020). É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. Além disso, Saddi é fundadora do Grupo Corpo e Cultura e coordenadora do programa de cinema e psicanálise da diretoria de cultura e comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo.