Data
18/06/2016 a 31/07/2016
Horários
terças a sábados, das 12h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h
Mostra de filmes Jorge Bodanzky
Nos dias 30 e 31 de julho, o MIS exibe uma mostra de filmes do cineasta Jorge Bodanzky. A entrada é gratuita com retirada de senha na recepção do MIS. Conheça a programação:
30 de julho, sábado
14h30
Jari (Dir. Jorge Bodanzky e Wolf Gauer, 1979, 60min, Documentário, Brasil, Cor)
Documentário filmado na própria área do Projeto Jari – enclave multinacional, localizado entre o Pará e o então Território Federal do Amapá, por ocasião da visita feita ao Projeto pela Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a devastação da Amazônia. Jari é a maior ocupação de terras da Amazônia de que se tem notícia, e provavelmente do mundo, pertencente a um único proprietário, o milionário norte-americano Daniel Keith Ludwig.
16h
Igreja dos oprimidos (Dir. Jorge Bodanzky e Helena Salem, 1987, 75min, Documentário, Brasil, Cor)
Um retrato da violência no Araguaia. Várias histórias são contadas. A luta dos trabalhadores rurais para recuperar seu sindicato, ou de D. Mariquinha, viúva de um posseiro assassinado, mãe de seis filhos, ou ainda de Oneide, viúva de Gringo, líder rural morto por pistoleiros. Religiosos também dão seus depoimentos como o Padre Ricardo, ou os franceses presos na região, François Gourou e Aristides Camio.
18h
Iracema – Uma transa amazônica (Dir. Jorge Bodanzky e Orlando Senna, 1974, 90 min, drama, Brasil/Alemanha, Cor)
O filme é um auto-retrato da população da Transamazônica. Retrata realisticamente os problemas da região. Em 1970, um motorista de caminhão, sulista, em Belém do Pará, durante as festas do Círio de Nazaré, conhece Iracema, uma jovem índia prostituída. Dá-lhe uma carona, deixando-a num lugarejo no meio da estrada. A viagem, como todo o filme, serve como pretexto para que sejam mostrados os problemas da região – desmatamento, más condições de trabalho e saúde, venda de camponeses em confronto com a fantasiosa propaganda institucional. Com Paulo César Pereio (Tião Brasil Grande) e Edna de Cássia (Iracema) nos papéis principais.
20h
Navegar Amazônia (Dir. Jorge Bodanzky e Evaldo Mocarzel, 2007, 52min, Brasil, Documentário, Cor)
Em março de 2006, a equipe do projeto Navegar Amazônia saiu do Canal de Jandiá, em Macapá, rumo a Belém. A bordo de um barco regional, adaptado com um moderno laboratório multimídia, estavam a equipe do projeto e trinta pessoas. Entre os convidados, os músicos Jorge Mautner, Nelson Jacobina e Zé Miguel (de Macapá) e os cineastas Evaldo Mocarzel e Jorge Bodanzky. O objetivo era oferecer, ao longo de todo o percurso, que envolveu as cidades de Belém, Abaetetuba e Tauerá-açu, oficinas de música, cinema, fotografia, vídeo e arte às populações ribeirinhas visitadas. Em Belém, as atividades iniciaram-se com rituais indígenas de pajelança com Mestre Verequete, o rei do carimbó, além dos três músicos a bordo. O documentário Navegar Amazônia – Uma Viagem com Jorge Mautner registra a interação entre os convidados e as populações locais. O projeto Navegar Amazônia capta e transmite conteúdos da Amazônia de maneira única: do coração da floresta e do rio para o mundo.
31 de julho, domingo
14h
Terceiro milênio (Dir. Jorge Bodanzky e Wolf Gauer, 1981, 90 min, Brasil, documentário, Cor)
O documentário registra a viagem do senador amazonense Evandro Carreira por seu estado em agosto de 1980. A região percorrida é do Alto Solimões, fronteiriça ao Brasil, Peru e Colômbia. Depoimentos de caboclos, de madeireiros, do sertanista Paulo Lucena, de índios brasileiros e peruanos são colhidos desde a cidade de Benjamin Constant até o vilarejo de Cavalo Cocho. No trajeto, revela-se a potencialidade econômica do Amazonas e seus desvios: a corrupção na política indigenista e a presença de fábricas poluidoras às margens do Rio Solimões.
16h
A Propósito de Tristes Trópicos (Dir. Jean-Pierre Beaurenaut, Jorge Bodanzky, Patrick Menget, 1990, 46min, França, Documentário, Cor)
O documentário refaz a viagem que o antropólogo Lévi-Strauss realizou no Mato Grosso nos anos 1935 e 1938 e que resultou no livro Tristes Trópicos. Há vários elementos no filme: imagens da expedição original, entrevistas com Lévi-Strauss em diferentes momentos e imagens das três expedições à região realizadas pela equipe do documentário
17h
De volta ao Terceiro Milênio (Dir. Jorge Bodanzky, 2011, 29min, Brasil, documentário, cor)
No filme, Bodanzky volta ao Alto Solimões, local que visitou nas filmagens do longa Terceiro milênio, reencontrando os Ticuna, personagens importantes da filmagem original, refletindo sobre o que ficou e o que mudou em sua situação.
18h
No meio do rio, entre as árvores (Dir. Jorge Bodanzky, 2010, 70min, Brasil, documentário, cor)
O documentário é resultado de uma expedição ao Alto Solimões, onde foram ministradas oficinas de vídeo, circo e fotografia às comunidades ribeirinhas, dentro de reservas ambientais. O filme é feito por eles, a partir da tecnologia recém aprendida e com a visão “de dentro para fora”, sem intérpretes. Com o conhecimento adquirido, os próprios alunos começam a registrar as suas vidas cotidianas, destacando tanto a beleza natural da região quanto as consequências negativas da exploração econômica dos recursos disponíveis.
Anualmente dedica um espaço na agenda de programação para mostras exclusivamente de fotografias com obras de artistas nacionais e internacionais. Neste ano, a mostra Maio Fotografia no MIS 2016 acontece excepcionalmente nos meses de junho e julho, quando todos os espaços expositivos do Museu serão ocupados por obras de artistas singulares e fundamentais na história da fotografia.
A exposição No meio do Rio, entre as árvores apresenta a produção fotográfica e cinematográfica de Jorge Bodanzky desenvolvida na região da Amazônia. Expoente do cinema nacional, Bodanzky aproximou-se da região pela primeira vez em 1968, enquanto trabalhava como repórter fotográfico da revista Realidade. A reportagem sobre a circulação de dinheiro falso na estrada Belém-Brasília não chegou a ser publicada, mas durante a viagem o jovem fotógrafo teve a ideia de rodar um filme. Nascia, assim, Iracema, uma transa amazônica (1974), seu longa-metragem mais conhecido e premiado, que acompanha a rotina de um caminhoneiro e de uma prostituta ao mesmo tempo em que apresenta uma crítica contundente ao modelo de desenvolvimento levado a cabo na região.
O olhar atento aos personagens capaz de revelar as complexas questões culturais e sociais de um período é uma das marcas do trabalho do diretor, presente em filmes como O Terceiro Milênio e A propósito de Tristes Trópicos. Com longas-metragens, vídeos, super 8 e fotografias, alguns deles inéditos, a exposição percorre quase 50 anos de carreira dedicados a ampliar o nosso conhecimento sobre os encantos e conflitos dessa região do país.
A mostra tem cocuradoria de André Sturm e Thyago Nogueira, coordenador da área de fotografia contemporânea do Instituto Moreira Salles, e é realizada em parceria com o IMS.
Jorge Bodanzky nasceu em São Paulo, em 1942. Formado em cinema pela Escola de Design de Ulm, na Alemanha, iniciou sua carreira como fotógrafo, atuando em diversos órgãos da imprensa, entre eles a revista Realidade. Sua estreia como diretor de cinema foi com o documentário Iracema – uma transa amazônica (1976), um marco no cinema documental que denunciava a questão, até então obscura, da devastação da floresta e do modelo equivocado de ocupação. O filme foi um dos mais premiados da década em festivais nacionais e internacionais. O cineasta passou a se dedicar aos temas sobre o meio ambiente, realizando longas-metragens, documentários para as TVs brasileira, alemã, francesa e italiana, como diretor, fotógrafo e produtor.