Data
30/04/2013 a 16/06/2013
Horários
terças a sextas, das 12h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 21h
Com curadoria de Reinaldo Cardenuto em colaboração com a Equipe de Programação, o MIS apresenta a exposição Carlos Ebert: Deslocamentos
Carlos Ebert começou a atuar como diretor de fotografia entre 1966 e 1967, quando integrou as equipes de realização dos filmes O lobisomem, curta-metragem de José Roberto Noronha, e O bandido da luz vermelha, dirigido por Rogério Sganzerla. No decorrer de sua trajetória profissional, dedicando-se principalmente ao ofício de construtor das imagens em movimento, Ebert exercitou um ato criativo em deslocamento: durante pesquisas para as locações dos filmes, reuniões de trabalho, ou entre uma filmagem e outra, ele circulava com seu equipamento fotográfico impulsionado pelo desejo de registrar o mundo que se encontrava à margem do que enquadrava a câmera de cinema.
A exposição organizada em torno de Carlos Ebert não contém stills das produções fílmicas em que ele atuou como diretor de fotografia. A proposta da curadoria foi concentrar-se nas imagens que o artista fabricou, de modo muito singular, ao propor o trânsito de seu olhar para além do que estava acontecendo enquanto realizava um trabalho em cinema.
Instigada pelo interesse de Ebert na relação do Homem com o universo urbano, a exposição contempla três atos de seu deslocamento criativo. O primeiro, das fotografias que se localizam nas fronteiras das filmagens cinematográficas, em imagens como a de Sganzerla durante a pré-produção de O bandido da luz vermelha ou a performance do ator Renato Borghi enquanto trabalhava no longa-metragem O rei da vela. O segundo, do fotógrafo que percorre à deriva as ruas da cidade, geralmente em espaços próximos às locações dos filmes, e lança um olhar particular que enquadra fragmentos do cotidiano. Em uma tendência a buscar o ato corriqueiro da encenação, Ebert captura um homem concentrado na leitura de um livro ou a vendedora ambulante que amamenta seu filho em uma postura a lembrar Pietà. O terceiro é aquele que privilegia o geometrismo, os grafismos e as intervenções visuais: imagens que não se ausentam do elemento humano, mas tornam a sua presença diminuta para compor uma visualidade do espaço urbano. São fotografias a observar grafites e pichações ou que, enquadradas a distância, de cima para baixo, destacam as formas estéticas existentes na cidade. A exposição realiza-se a partir da singularidade que nasce quando Ebert opera um deslocamento em relação ao seu ofício como diretor de fotografia.
Instigada pelo interesse de Ebert na relação do Homem com o universo urbano, a exposição contempla três atos de seu deslocamento criativo. O primeiro, das fotografias que se localizam nas fronteiras das filmagens cinematográficas, em imagens como a de Sganzerla durante a pré-produção de O bandido da luz vermelha ou a performance do ator Renato Borghi enquanto trabalhava no longa-metragem O rei da vela. O segundo, do fotógrafo que percorre à deriva as ruas da cidade, geralmente em espaços próximos às locações dos filmes, e lança um olhar particular que enquadra fragmentos do cotidiano. Em uma tendência a buscar o ato corriqueiro da encenação, Ebert captura um homem concentrado na leitura de um livro ou a vendedora ambulante que amamenta seu filho em uma postura a lembrar Pietà. O terceiro é aquele que privilegia o geometrismo, os grafismos e as intervenções visuais: imagens que não se ausentam do elemento humano, mas tornam a sua presença diminuta para compor uma visualidade do espaço urbano. São fotografias a observar grafites e pichações ou que, enquadradas a distância, de cima para baixo, destacam as formas estéticas existentes na cidade. A exposição realiza-se a partir da singularidade que nasce quando Ebert opera um deslocamento em relação ao seu ofício como diretor de fotografia.
Carlos Ebert (Rio de janeiro, Brasil, 1946) estudou arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro e cinema na Escola Superior de Cinema São Luiz, em São Paulo. É diretor de fotografia e diretor de cena em cinema e televisão. No final dos anos 1960, participou do cinema marginal, e foi câmera e diretor de fotografia de um dos filmes mais significativos do movimento, O bandido da luz vermelha (1968), de Rogério Sganzerla. Em 2003, recebeu o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado pelo curta-metragem Carolina, de Jeferson De. No Festival de Gramado, foi agraciado com o prêmio de melhor fotografia pelos filmes Satori Uso (2006) e Haruo Ohara, ambos dirigidos por Rodrigo Grota (2010). Em 2006, fez a direção de fotografia do filme A ilha do terrível rapaterra, de Ariane Porto, e, em 2009, do documentário Um homem de moral, de Ricardo Dias. Foi quatro vezes vencedor do Prêmio ABC de Cinematografia nas categorias Curta-metragem e Televisão.