I/Legítimo: dentro e fora do circuito

A exposição convida os visitantes a repensarem os mecanismos de legitimação e exclusão nos circuitos artísticos mainstream e underground. Fernando Oliva e Priscila Arantes assinam a curadoria geral da mostra realizada em conjunto com o Paço das Artes.

São quatro os vetores que norteiam I/Legítimo: dentro e fora do circuito: trabalhos que usam a crítica, a irreverência ou a ironia para tratar dos mecanismos de legitimação institucional; projetos que não estão inseridos no circuito dos museus e galerias; obras que se voltam para a discussão política e social de questões do mundo contemporâneo; e trabalhos que debatem a propriedade intelectual e os processos colaborativos.

Com obras produzidas em diferentes técnicas – graffiti, animação, desenho, fotografia, vídeo, arte digital, performance, instalação, música, stickers, escultura e pintura – a mostra reúne 42 artistas e coletivos provenientes de nove países, além do Brasil.

Espaço em Movimento

I/Legitimo: dentro e fora do circuito nasceu a partir da reflexão sobre determinadas manifestações de rua que passaram da condição de cultura marginal para uma forma aceita pelo sistema cultural e artístico de modo geral.

A partir daí, dividiu-se a exposição em dois núcleos principais: "Zonas de Ação", com sede no Paço das Artes, e "Espaço em Movimento", que fica em cartaz no MIS. No Paço, o foco é nos trabalhos que usam a linguagem visual, performática e musical.

O visitante de "Espaço em Movimento", no MIS, entrará em contato com projetos que dialogam ou se colocam criticamente diante da cultura midiática. Entre os artistas estrangeiros que participam da mostra estão Shaun Gladwell, australiano, Desireé Holman, norte-americana, o britânico David Blandy, o peruano Gabriel Acevedo Velarde e a cantora canadense Peaches. A produção nacional é representada por Marcelo Cidade, Nicolás Robbio, Leandro Lima e Gisela Motta, Roberto Bellini, Tiago Judas, Daniel Lisboa, Fabiana Faleiros e Highraff + Charlie.

"Espaço em Movimento" ainda tem a participação de outros três curadores. A artista gaúcha Fabiana Faleiros apresenta PMG, instalação que revê as ações de hackerativismo, convidando os visitantes a realizarem atentados simbólicos pela cidade com velas de aniversário acesas e registrarem a ação em fotos e vídeos que serão disponibilizados na internet.

A estação de rádio Periferia Digitais-Tempo-Espaço, desenvolvida pelo pesquisador Ronaldo Lemos, traz a produção de música eletrônica das periferias de diferentes cidades do mundo que, apesar de ignoradas pelo mercado tradicional, são sucesso de público e vendas. Por fim, Marcos Mello exibe depoimentos dos pioneiros do grafitti na capital paulista em Contos Urbanos.