MIS

Museu da Imagem e do Som

MIS

Museu da Imagem e do Som

Data

26.11.24 a 26.01.25

Horário*

terças a sextas / 10h às 19h
sábados / 10h às 20h
domingos e feriados / 10h às 18h

* Permanência até 1h após o último horário

Ingressos

Gratuito (retirada apenas na bilheteria física do MIS)

Local

Sala Maureen Bisilliat, espaço térreo

Avisos

Valet parking disponível no local (R$ 30 para visitantes do MIS)

Em novembro, o MIS inaugura a última exposição do programa Nova Fotografia 2024: “A história que eu imaginei para você”, de Maíra Erlich. Inspirada pela ideia de uma vida melhor e mais colorida para sua avó, Elza, a fotógrafa faz uma homenagem aos sonhos de muitas mulheres como sua progenitora, por meio de imagens vibrantes e enérgicas. “Entre memórias vividas e ressignificadas, a artista começa a imaginar sua avó em novos espaços, em outras mulheres, em novos tempos”, escreve Mônica Maia, que assina o apoio curatorial da exposição. “Já não era mais só sobre Elza, mas sobre um grupo de pessoas com setenta mais ou menos, que, entre perdas e novas descobertas, se deram tempo para se reconectarem em torno de festas, passeios, viagens e principalmente espaços de lazer e diversão. Assim nascem estas imagens embaladas por velhas canções e novas relações de afeto.”

“A história que eu imaginei para você”, uma das seis séries selecionadas pelo programa Nova Fotografia 2024, será inaugurada às 19h da terça-feira, dia 26 de novembro, na sala Maureen Bisilliat (espaço térreo do MIS). O público pode conferir a série inédita de Maíra Erlich até o dia 26 de janeiro, com entrada gratuita.

Sobre o projeto

Por um longo período da história, apenas parte da população possuía o privilégio de decidir livremente o que queria fazer da vida. A muitas mulheres, não lhes foi dada a escolha de seguir seus sonhos, carreiras e paixões. Uma mulher nascia e era criada para ser dona de casa, mãe, cuidadora. O casamento, muitas vezes, não era com o seu grande amor. Mas, mesmo que o passado não possa mudar, o presente e o futuro ainda podem ser diferentes. 

Divorciadas ou viúvas, ativas e já sem maiores responsabilidades, diversas mulheres com idade acima dos 70 anos agora vivem a vida ao máximo, frequentando festas e viagens para aproveitar o melhor de seus dias, embalados ao som de canções dos velhos tempos. O objetivo desse projeto é contar histórias de mulheres que nasceram em uma época em que a sociedade era muito mais conservadora e patriarcal, mas que agora experimentam a liberdade de poder ser quem quiserem.

Esta série fotográfica foi idealizada a partir de um aprofundamento na história de vida de Elza, avó de Maíra. Nascida em 1931, numa família tradicional judaica, que recém havia imigrado da Polônia para Recife, Elza tinha muitos sonhos.  Amava a música clássica. Tocava piano e violoncelo desde muito jovem. Trabalhava na loja do pai e sonhava em conhecer a Argentina. Mas seus planos nunca se concretizaram. Vendeu seu piano para pagar a festa de seu casamento com um médico judeu, aprovado pela família. Saiu do trabalho porque não era aceitável para a esposa de um médico trabalhar. Não tocou mais música. Nunca conheceu a Argentina e mal viajou durante a vida. Virou viúva e perdeu a batalha contra o câncer, deixando um filho, dois netos, uma carteira de trabalho cheia de páginas vazias e muitos sonhos não realizados.

Agora, desde 2017, Maíra fotografa a história que imagina que a avó gostaria de ter vivido. Esse projeto é uma homenagem não só a Elza, mas às muitas mulheres de sua geração que tiveram histórias parecidas.

Sobre a artista

Fotógrafa documental pernambucana com interesse especial em questões sociais, direitos humanos, família e cultura. Por oito anos, dedicou-se à fotografia de casamentos, conquistando mais de 50 prêmios. Venceu a segunda temporada do programa “Arte na Fotografia”, do canal Arte1, e, em 2023, tornou-se National Geographic Explorer. Atualmente, colabora com veículos e organizações internacionais, como Bloomberg, The Wall Street Journal, El País, Reuters, entre outros. 

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