A série “Timeless” traz retratos de pessoas e lugares realizados na atualidade, mas que parecem pertencer a uma época passada, outro século, outra década. O fotógrafo Marcelo Tinoco, curioso a respeito da magia do tempo, busca refletir sobre a atemporalidade da existência humana. As imagens apresentadas nesta exposição desvendam a relação estética e emocional que as pessoas estabelecem com o tempo vivido e com o tempo imaginário ao se transportarem para outras épocas. São pessoas contemporâneas, espalhadas pelo mundo, que se identificam com o passado, têm alguma relação com ele, ou simplesmente possuem predileção por um período da história a ponto de insistir em vivenciá-lo de alguma forma. 

As imagens captadas por um processo puramente documental são armazenadas em um dispositivo de arquivamento de instantes fotográficos. A partir desse banco de dados digital, o fotógrafo dá sequência à construção de quadros cênicos de grandes proporções, sintetizando a realidade das cidades e seus habitantes. Como um colecionador de imagens, Marcelo Tinoco assume sua fotografia como anotação, rascunho, fragmento, a serviço da posterior construção de histórias e narrativas visuais baseadas na realidade. Ele recria nas imagens da série “Timeless” uma natureza calculada e medida em seus mínimos detalhes, que adquirem o efeito de autênticos dioramas. 

Além da exposição na edição de 2012 do Nova Fotografia no MIS, “Timeless” já passou por Brodowski, Votuporanga, Mogi Guaçu e Americana através do programa Pontos MIS. 

Sobre o artista 

Marcelo Tinoco (1967) nasceu e reside em São Paulo. É formado em Artes Plásticas pela FAAP. Possui estúdio fotográfico desde 1995. A partir de 2009, começou a se dedicar exclusivamente ao trabalho artístico através de uma técnica multidisciplinar onde mistura fotografia, pintura e desenho autoral. Começou a expor seus trabalhos em galerias e museus a partir de 2010. Em seus trabalhos, as paisagens, personagens e situações são primeiro documentadas pela fotografia, depois são dissecadas e arquivadas em seu banco de dados autoral e então submetidas a um exercício de reciclagem. Tinoco fragmenta, reconstrói, adapta, desenha, pinta e cria, assim, sua fabulação artística.  

O fotógrafo ganhou o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia e o Prêmio Aquisição 45º Salão de Arte de Piracicaba. Possui obras no acervo do MIS de São Paulo, MAR-RJ e Consulado Brasileiro em Frankfurt. Em 2014, lançou o livro “Diorama”.