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Museu da Imagem e do Som

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Uma família normal

Ciclo de Cinema e Psicanálise

Data

14.10

Horário

19h

Ingresso

Gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria física do MIS)

Local

Auditório MIS

Classificação

16 anos

O Ciclo de Cinema e Psicanálise, programa mensal do MIS, é realizado em parceria com a Folha de São Paulo e a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e apresenta sempre um bate-papo após o filme, mediado por Luciana Saddi, coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura da SBPSP. A temporada de 2025 do Ciclo tem parceria com a O2 Filmes, e a transmissão ao vivo do bate-papo pode ser vista no canal oficial do MIS no YouTube.  

“Uma família normal” é o longa-metragem escolhido para a edição de outubro, filme do sul-coreano Hur Jin-ho, lançado em 2023, em parceria com a distribuidora Pandora Filmes. Após a sessão, será realizado um debate com a presença da psiquiatra Ana Balkanyi Hoffman e da jornalista Luciana Coelho. 

Sobre o filme 

Uma família normal 

(보통의 가족, dir. Hur Jin-Ho, 2023, 119 min, Coreia do Sul, 16 anos, digital) 

O filme centra sua história nas decisões difíceis que duas famílias ricas precisam tomar diante de cenários éticos nebulosos. Enquanto Jae-wan (Sul Kyung-gu) é um advogado criminalista e bem-sucedido que não vê problema em defender assassinos, seu irmão mais novo, Jae-gyu (Jang Dong-gun), é um médico pediatra carinhoso e íntegro que prioriza a saúde de seus pacientes acima de seus ganhos e lucros pessoais. Uma vez por mês, os dois se encontram para jantar ao lado de suas esposas, desfrutando de luxuosas refeições. Uma noite, porém, depois de uma gravação de dois adolescentes espancando um homem na rua viralizar, eles descobrem que seus filhos estão envolvidos nesse crime violento. Ao serem testados em seus valores morais, o quarteto precisa enfrentar a realidade chocante da situação que, a cada momento, agrava-se e coloca o vínculo fraterno em risco. 

Sobre as convidadas 

Ana Balkanyi Hoffman é psiquiatra e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Membro fundador da Associação Brasileira de Psicanálise de Casal e Família. 

Luciana Coelho é secretária-assistente de redação da Folha de S.Paulo e colunista de séries do jornal. Foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo. 

Sobre a mediadora 

Luciana Saddi é psicanalista e escritora. É membra efetiva da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e docente do Instituto Durval Marcondes. É mestre em Psicologia pela PUC-SP. É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. É fundadora do Grupo Corpo e Cultura, coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo. É professora da Casa do Saber e do Instituto Espe. 

“Uma família normal”, por Luciana Saddi 

O longa sul-coreano “Uma família normal”, de Hur Jin-ho, adapta o romance “O jantar”, de Herman Koch, e expande sua trama para três encontros entre dois casais de irmãos bem-sucedidos. O contraste entre Jae-wan, advogado inescrupuloso, e Jae-gyu, pediatra íntegro, estrutura o dilema moral da narrativa, que aos poucos revela zonas cinzentas em cada personagem. 

O filme questiona privilégios, ressentimentos e hierarquias sociais, e explora como valores aparentemente sólidos se desmoronam diante da ameaça à família. Lembra-nos de que a civilização é apenas uma fina camada de verniz. O restaurante, a comida e o serviço, como personagens coadjuvantes, simbolizam os aspectos mais refinados da vida social; no entanto, a força da trama está em transformar cada jantar em uma batalha de conflitos éticos e morais — o verdadeiro banquete é o das contradições humanas. 

Ao inserir o crime juvenil em um contexto de adolescência marcada pela exposição digital, “Uma família normal” toca em feridas contemporâneas: a banalização da violência, o poder viral das redes sociais e a fragilidade da educação. Mais do que julgar os adolescentes, o filme indaga que adultos e que sociedade os moldam — e como a violência, midiatizada, se converte em herança silenciosa transmitida de pais para filhos.

Governo do Estado de SP

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