MIS

Museu da Imagem e do Som

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Baby

Ciclo de Cinema e Psicanálise

Data

13.05

Horário

19h

Ingresso

Gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria do MIS)

Local

Auditório MIS (172 lugares)

Classificação

16 anos

O Ciclo de Cinema e Psicanálise exibe, em maio, o longa-metragem brasileiro “Baby”, em parceria com a distribuidora Vitrine Filmes. O filme é dirigido por Marcelo Caetano e mergulha no universo da juventude urbana contemporânea, explorando temas como afeto, solidão e identidade com um olhar sensível e intimista. Após a sessão, será realizado um debate com a participação de Alexandro Henrique Paixão e Renan Quinalha, com mediação de Luciana Saddi. 

O programa mensal do MIS é realizado em parceria com a Folha de S.Paulo e a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), e apresenta sempre um bate-papo após o filme, mediado por Luciana Saddi, coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura da SBPSP. A temporada de 2025 do Ciclo tem parceria com a O2 Filmes, e a transmissão ao vivo do bate-papo pode ser vista no canal oficial do MIS no YouTube. 
Baby

(dir. Marcelo Caetano, Brasil/França/Países Baixos, 2025, 107 min, 16 anos, digital) 

Noite após noite, Baby, um jovem de 19 anos, perambula pelas ruas de São Paulo, vivendo entre festas, encontros casuais e pequenos golpes para sobreviver. Sem laços fixos e sempre à margem, ele leva uma vida de impulsos e desejos, até que um encontro inesperado com um homem mais velho desperta nele novas possibilidades e conflitos. À medida que a relação se intensifica, Baby se vê confrontado com suas próprias inseguranças e a difícil busca por pertencimento em um mundo que parece sempre prestes a engoli-lo. 

Sobre os convidados 

Alexandro Henrique Paixão é psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), professor livre docente da Faculdade de Educação da Unicamp, mestre e doutor em Sociologia pela USP. Tem pós-doutorado em Teoria e História Literária pela Unicamp. Dentre sua produção bibliográfica, destaca-se o livro “Leitores de tinta e papel” (Ed. Mercado de Letras) e o artigo “Sobre a masculinidade vulnerável em homens sobreviventes: análise de uma obra literária” (Revista Limiar). É bolsista produtividade do CNPq (PQ2) e coordenador do Laboratório de Estudos de Cultura, História, Educação, Sociologia e Psicanálise (LECHESP) da FE-Unicamp. 

Renan Quinalha é advogado, professor da Unifesp e ativista dos direitos humanos, com atuação destacada nas áreas de justiça de transição e questões LGBTI+. Foi assessor da Comissão Nacional da Verdade, curador da exposição “Orgulho e Resistências: LGBT na ditadura”, no Memorial da Resistência, e pesquisa as interseções entre autoritarismo e sexualidade no Brasil. É autor, entre outros, de “Contra a moral e os bons costumes” e “Movimento LGBTI+: uma breve história do século 19 aos nossos dias”, além de coorganizador de “Ditadura e homossexualidades”, obra pioneira sobre a repressão a LGBTs durante o regime militar. 

Sobre a mediadora 

Luciana Saddi é psicanalista e escritora, membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), mestre em psicologia pela PUC-SP e diretora de cultura e comunidade da SBPSP (2017-2020). É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. Além disso, Saddi é fundadora do Grupo Corpo e Cultura e coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo. 

“Baby” por Luciana Saddi 

“Baby”, direção de Marcelo Caetano, é comovente e sincero ao falar de abandono e adoção. A trama questiona a família como lugar de proteção e cuidado. Baby também é o apelido que Wellington (João Pedro Mariano) recebe de Ronaldo (Ricardo Teodoro), experiente garoto de programa, que acolhe o jovem, que se encontra perdido, sem família ou parentes, na noite de São Paulo, logo após ser libertado de um centro de detenção juvenil. 

Ronaldo procura ensinar as malícias da prostituição para o jovem protegido, que precisa sobreviver num ambiente urbano que é, ao mesmo tempo, hostil e atraente, livre e opressivo, perigoso e gentil. A relação entre ambos é tumultuada, marcada por conflitos antitéticos, como: exploração e proteção, ciúme e cumplicidade, amor e ódio, liberdade e submissão, carinho e violência. Os laços amorosos entre Ronaldo e Baby são instáveis, falham e, rapidamente, se transformam em abuso e descaso, embora haja instantes de amor e cuidado. 

A precariedade dos dois personagens, incapazes de estabelecer um vínculo estável, contrasta com a solidez do casal formado pela ex-companheira de Ronaldo, mãe de seu filho adolescente, e a atual companheira. Duas mulheres que vivem de maneira modesta, com um vínculo regular e organizadas para criar o garoto. 

O filme permite vários questionamentos: o machismo impossibilita relações duradouras e estáveis? O anseio por liberdade sexual dificulta a manutenção das relações amorosas? Como interpretar a masculinidade e a vulnerabilidade dos personagens? E, por último, o longa também retrata a família consanguínea que abandona e desampara frente àquela que tem base em laços de afeto e afinidades. 

Governo do Estado de SP

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