Manas
Ciclo de Cinema e Psicanálise
11.11
TER
19H
Data
11.11
Horário
19h
Ingresso
Gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria física do MIS)
Local
Auditório MIS (172 lugares)
Classificação
16 anos
O Ciclo de Cinema e Psicanálise, programa mensal do MIS, é realizado em parceria com a Folha de São Paulo e a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e apresenta sempre um bate-papo após o filme, mediado por Luciana Saddi, coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura da SBPSP. A temporada de 2025 do Ciclo tem parceria com a O2 Filmes, e a transmissão ao vivo do bate-papo pode ser vista no canal oficial do MIS no YouTube.
“Manas” é o longa-metragem escolhido para a edição de novembro do programa, em parceria com a distribuidora Paris Filmes. Primeiro longa da diretora brasileira Marianna Brennand, lançado este ano, “Manas” já acumula mais de 20 prêmios internacionais (incluindo o Director’s Award no Festival de Veneza) e se destaca não apenas como obra cinematográfica, mas como um chamado à reflexão sobre temas urgentes da realidade brasileira, fruto de uma pesquisa de dez anos sobre exploração de crianças e adolescentes na Amazônia. Após a sessão, será realizado um debate com a presença da psicanalista Elisabeth Antonelli e da advogada e professora Luciana Temer.
Sobre o filme
Manas
(dir. Marianna Brennand, 2025, 101 min, Brasil, 16 anos)
Na Ilha do Marajó, Marcielle, de 13 anos, sente que seu futuro está preso a um ciclo de violência e falta de oportunidades. Inspirada pela irmã que partiu, ela decide desafiar o destino das mulheres de sua família e comunidade, iniciando uma jornada de coragem para mudar sua própria história.
Sobre as convidadas 
 
Elisabeth Antonelli é psicóloga formada pela PUC e mestre em Psicologia Clínica pela mesma universidade. É membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientae e membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Atende em consultório particular desde 1982.
Luciana Temer é diretora presidente do Instituto Liberta. É advogada e professora de Direito Constitucional na PUC-SP e militante em direitos humanos.
Sobre a mediadora
Luciana Saddi é psicanalista e escritora. É membra efetiva da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e docente do Instituto Durval Marcondes. É mestre em Psicologia pela PUC-SP. É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. É fundadora do Grupo Corpo e Cultura, coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo. É professora da Casa do Saber e do Instituto Espe.
“Manas” por Luciana Saddi
“Primeiro longa de ficção da diretora Marianna Brennand, “Manas” é uma obra de grande densidade emocional. Inspirado em casos reais de exploração sexual infantil na Ilha de Marajó (PA), o filme acompanha Tielle (Jamilli Correa), uma menina de 13 anos que vive com os pais e irmãos numa casa de palafita, em meio à falta de recursos. A partida da irmã mais velha, levada por um homem, inaugura na protagonista a curiosidade sobre o destino das mulheres de sua comunidade.
Brennand conduz a narrativa com sobriedade e sensibilidade. “Manas” recusa espetacularizar a violência e os corpos adolescentes. Com gestos sutis e silêncios incômodos, somos apresentados à perversidade do abuso sexual naturalizado, especialmente quando praticado por familiares. A fotografia contrapõe a luminosidade dos mangues e igarapés à escuridão dos abusos que ali se escondem. Entre a delicadeza e a brutalidade, Brennand constrói um retrato poético e devastador da infância ameaçada, do desamparo e da resistência feminina.
A forma da narrativa se aproxima da lógica do inconsciente: o horror se revela por indícios, deslocamentos e lapsos. A suspeita, como principal marca narrativa, é o fantasma que se insinua a todo momento; evoca o que está proibido e não deve ser mostrado. O espectador sente o impacto do recalcado: o que foi velado retorna em forma de angústia e desconforto.”




