Vidas secas
Clube do Filme do Livro
12.06
QUI
19H
Data
12.06
Horário
19h
Ingresso
Gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria do MIS)
Local
Auditório MIS
Classificação
16 anos
Clube do Filme do Livro é o programa do MIS que reúne cinema e literatura. A cada mês, um convidado elege um filme baseado em um livro, e o Museu exibe a produção, seguida de um bate-papo. A ideia é tratar do filme sob a ótica da adaptação, sobretudo a partir de impressões, reflexões e abordagens do convidado de cada edição.
A edição de junho exibe o longa-metragem “Vidas secas” (1963), dirigido por Nelson Pereira dos Santos, baseado no livro homônimo do Graciliano Ramos – um clássico da literatura nacional. A escolha é da escritora Luciany Aparecida, que participa do bate-papo após a sessão.
Sobre o filme
Vidas secas
(dir. Nelson Pereira dos Santos, Brasil, 1963, 103 min, digital)
O filme é uma adaptação fiel e impactante do romance de Graciliano Ramos, acompanhando a jornada de uma família de retirantes que vagueia pelo sertão nordestino em busca de sobrevivência em meio à seca e à pobreza extrema. Com uma estética marcada pelo realismo e pela fotografia em preto e branco, o filme retrata de forma crua o cotidiano de seus personagens. As imagens silenciosas e a escassez de diálogos reforçam o desamparo e a aridez do sertão. A obra é central no movimento Cinema Novo, e é reconhecida internacionalmente por sua força visual e crítica social, mantendo o espírito e a essência do livro.
Sobre o livro
Vidas secas
(Graciliano Ramos, 1938, José Olympio Editora)
Retrato da dura realidade de uma família de retirantes nordestinos que luta para sobreviver à seca e à miséria do sertão. A narrativa é fragmentada e apresenta capítulos quase independentes, cada um focando em um personagem ou situação específica. Os protagonistas são Fabiano, um vaqueiro rude e analfabeto; sua esposa, Sinhá Vitória; os dois filhos sem nome; e a cadela Baleia, que se torna uma figura simbólica e comovente na história. A linguagem seca e direta de Graciliano reforça o clima árido e o sofrimento dos personagens, criando um retrato poderoso da realidade nordestina no Brasil do início do século 20.
Sobre a convidada
Luciany Aparecida é doutora em letras com pesquisas na área de teoria e crítica literária. Seus estudos pensam a literatura na interface com nação, migração, história, memória, identidades e performances. Escreve a partir da criação de assinaturas estéticas, e seus textos muitas vezes apresentam um hibridismo formal. É autora de “Joanna Mina”, dramaturgia que resultou do Edital Dramaturgias em Processos do Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP) de 2021. Publicou: “Florim” (2020) e “Contos ordinários de melancolia” (2019), ambos pelo selo editorial paralelo13S. Também participou de antologias, como “Abrindo a boca, mostrando línguas” (paralelo13S, 2021), “Descuidosa de sua beleza” (Editora Mondrongo, 2020) e “40 em quarentena” (Editorial Oficina Raquel, 2020).
