MIS

Museu da Imagem e do Som

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Doze pinturas negras

Entre os dias 11 de agosto e 8 de setembro, o MIS exibe a videoinstalação Doze Pinturas Negras. O projeto audiovisual do artista visual Ángel Haro (Espanha, 1958) é uma dramatização de doze das Pinturas negras do pintor espanhol Francisco de Goya.

Data

12/08/2016 a 08/09/2016

Horários

Abertura: 11 de agosto, quinta, 19h terças a sábados, das 12h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h

Retirada de senha na Recepção MIS

Palestra com Ángel Haro
11 de agosto, às 19h
Auditório LABMIS (66 lugares)
Ingresso gratuito (retirada de senha na recepção do MIS a partir das 18h)
Duração prevista: 60 minutos
Haverá tradução consecutiva

Entre os dias 11 de agosto e 8 de setembro, o MIS exibe a videoinstalação Doze Pinturas Negras. O projeto audiovisual do artista visual Ángel Haro (Espanha, 1958) é uma dramatização de doze das Pinturas negras do pintor espanhol Francisco de Goya. Também no dia 11 ocorre uma palestra com o próprio artista, Ángel Haro, às 19h.

Francisco de Goya representa um marco na história da pintura. Como pintor da Corte Real Espanhola criou, entre trabalhos que influenciaram diretamente o movimento Impressionista, obras excepcionais. Suas gravuras e Pinturas negras, no entanto, vão ainda além no que diz respeito à técnica e à temática. Além de marcarem o início do Surrealismo e Expressionismo do século XX, expõe o clima sociopolítico da Espanha de então ao explorar a psique e os conflitos internos e externos do país. Goya revelou alguns fatos que não faziam parte do discurso oficial espanhol, descobrindo, assim, novo uso para sua arte: a pintura enquanto forma de denúncia. 

As Pinturas negras desafiaram o regime político da época e, ao sobreviverem à Inquisição e se tornarem patrimônio cultural contemporâneo, simbolizam um grito que não é facilmente silenciado. Nascidos da condição isolada do artista então surdo e vivendo em sua Quinta del Sordo, nos arredores de Madri, os conflitos internos de Goya não eram independentes da circunstâncias políticas que o cercavam. Com o fim do Iluminismo e a volta do regime Absolutista sua loucura é, também, a loucura de seu tempo. Justamente por estar no limite da própria sanidade, Goya pôde retratar os horrores do regime de Fernando VII através da representação de seu próprio horror.
 
Cinquenta anos após a partida de Goya para a França, em 1874, o barão Emile d’Erlanger, novo proprietário da Quinta del Sordo, comissionou o francês Jean Laurent para fotografar os murais que adornam várias das salas da propriedade. Essas fotografias, cujos negativos em vidro originais estão atualmente sob os cuidados do IPCE (Instituto do Patrimônio Cultural da Espanha), serviram de guia para transferir os trabalhos para a tela possibilitando, assim, a restauração posteriormente feita por Salvador Martínez Cubells. Strappo, o processo de separação adotado por Cubells, é uma técnica agressiva que não garante a efetiva transferência de tinta e requer extensivo trabalho nas imagens. Isso significa que as obras que vemos hoje em Prado não são exatamente aquelas que Goya pintou nas paredes da Quinta del Sordo, pelo menos no que diz respeito à sua qualidade plástica.
 
O artista multimídia Ángel Haro partiu das fotografias de Laurent para reinterpretar as Pinturas negras, criando uma análise do gesto e do impulso físico presente nas obras. Em cada peça audiovisual o artista alude aos diversos métodos pictóricos empregados por Goya e traduz sua gestualidade em vários registros de movimento, luz, figurino e maquiagem. Todas as cenas foram captadas em alta resolução com câmeras HD 4K e utilizando sistema de chroma key. A imagem de fundo criada por Haro é inserida na pós-produção e, por final, as tonalidades são corrigidas digitalmente para equilibrar a gama de cores.
 
Confira aqui o teaser do projeto.
 
Sobre Ángel Haro
Ángel Haro nasceu em Valência, Espanha, em 1958, e passou a infância em Paris até mudar-se com sua família para Murcia, onde estudou engenharia. Atua não só como artista visual, mas também como diretor artístico de teatro, cenógrafo, diretor de cinema e artista gráfico. Sua primeira mostra individual aconteceu em Murcia no ano de 1979. Já realizou exposições nas principais cidades da Espanha, e também em Chicago, Nova York, Paris e países como África do Sul, República Dominicana, Lituânia e Bélgica. Dentre suas principais exposições estão: Estrella del Norte, na Iglesia del Salvador del Convento de Verónicas, em Murcia, Espanha (2015); La tregua, na Tabacalera, Madri, Espanha (2014); Ways of an Unruly Man, na Res Gallery, em Johannesburgo, África do Sul (2012); Suite melancolie, na Galerie Lina Davidov, Paris, França (2011); Belfegor, no Museo de Bellas Artes de Murcia, Espanha (2009); e On Paper, na Haim Chanin Fine Arts, Nova York, EUA.
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