Data
26/11/2019
Horários
Terça, às 19h
Ingresso
Gratuito | Retirada 1h antes na recepção
Classificação indicativa: 18 anos
Em novembro, o Ciclo de Cinema e Psicanálise do MIS, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, encerra o módulo ‘Mal-estar na civilização e infância’. No dia 26, acontece exibição do longa Sem amor (dir. Andrey Zvyagintsev, 2017, Rússia, França, Bélgica, Alemanha, 127’, drama, digital), seguido por bate-papo com Regina Elisabeth Lordello Coimbra e o jornalista Guilherme Genestreti. A diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP, Luciana Saddi, mediará a conversa.
O programa, que acontece mensalmente no Museu, é uma parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e apoio da Folha de S.Paulo. A sessão tem entrada gratuita e acontece às 19h no Auditório MIS (172 lugares) – retirada de ingresso com 1h de antecedência na recepção.
Sobre o filme
Sinopse: Boris (Alexey Rozin) e Zhenya (Maryana Spivak) estão se divorciando. Depois de anos juntos, os dois se preparam para suas novas vidas: ele com sua nova namorada, que está grávida, e ela com seu parceiro rico. Com tantas preocupações eles acabam não dando atenção ao filho Alyosha (Matvey Novikov), que acaba desaparecendo misteriosamente.
No super premiado filme Sem amor, de Andrey Zvyagintsev (2017) acompanhamos um casal em processo de separação. Os afetos violentos, o desprezo explosivo, as palavras sem nenhuma medida e o ódio virulento estão presentes. Sentimentos dessa natureza impregnam a relação do casal com seu único filho. Estranhamente, os mesmos personagens em seus novos relacionamentos são amorosos, ternos e doces. Freud em O mal-estar na civilização (1929) tratou de examinar a felicidade humana em suas variadas facetas. Considerou o amor sexual como protótipo da felicidade, seu ponto culminante. E ninguém duvida do poder da paixão erótica para amansar os corações mais empedernidos. Em sua vigência os amantes se submetem sem pestanejar.
“Já a dedicação necessária para criar e educar filhos exige dos pais um amor distante da paixão sexual. As crias humanas são frágeis, precisam de ternura e paciência, requerem investimento afetivo dos pais”, analisa Luciana Saddi. “O imenso trabalho civilizatório de criar e procriar não é natural, instintivo nem obvio. Pode ser entendido como herança cultural ou modelo transgeracional de relação, mas nem de longe é simples e, sempre, sempre, o pior sobra para os mais frágeis”, completa.
Sobre os convidados
Regina Elisabeth Lordello Coimbra é Psiquiatra, Psicanalista de Criança e Adolescente da SBPSP, Docente do Instituto Durval Marcondes da SBPSP.
Walter Porto é repórter da Ilustríssima, caderno de domingo da Folha. Formado em Relações Internacionais pela USP, também estudou na King's College, em Londres.
Sobre o Ciclo de Cinema e Psicanálise
A cada edição o ciclo traz um filme em longa-metragem (ficcional ou documental) seguido de debate com um jornalista e um psicanalista convidado. Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida. A temporada 2019 está dividida em cinco temas, exibindo dois filmes de cada, sendo eles: Sexualidade, Violência, Poder, Religião e Infância. O ciclo pretende discutir, à luz da Psicanálise, algumas questões suscitadas por obras do cinema moderno e contemporâneo, e proporcionar também formas transdisciplinares de compreensão. O tema, que norteia os debates e a seleção dos filmes, surgiu a partir do ensaio O mal-estar na civilização (1929), escrito por Freud. Neste, o psicanalista afirmava que o progresso civilizatório e tecnológico cobrava elevado preço do indivíduo. Exigia renunciar à agressividade e à sexualidade – como esforço necessário ao desenvolvimento civilizador. Por consequência, o homem se tornava refém do sentimento de culpa inconsciente e de constante mal-estar, ambos impeditivos da fruição da felicidade.