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Ciclo de Cinema e Psicanálise | Holy Spider

Nesta edição, o programa vai exibir e debater o longa-metragem Holy Spider, do diretor Ali Abbasi.

Data

11/07/2023

Horários

19h

Ingresso

Ingresso gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria do MIS)

Classificação indicativa 18 anos 

A cada edição, o Ciclo de Cinema e Psicanálise apresenta um filme no Auditório MIS, seguido de debate mediado por Luciana Saddi, coordenadora de cinema e psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida. 

Nesta edição, o programa vai exibir e debater o longa-metragem Holy Spider, do diretor Ali Abbasi, que foi destaque em 2022 no Festival de Cannes. Após a sessão do filme no Auditório MIS, acontece um debate mediado por Luciana Saddi com a presença da psicóloga Eleonora Rosset e um psicanalista que será confirmado.  

Sobre o filme:  

Holy Spider (dir. Ali Abbasi, Alemanha/Dinamarca/França/Suécia, 2022, 114 min, 18 anos) 

O pai de família Saeed embarca em sua própria busca religiosa para “limpar” a sagrada cidade iraniana de Mexede de prostitutas de rua “imorais” e corruptas. Depois de assassinar várias mulheres, ele fica cada vez mais desesperado com a falta de interesse público em sua missão divina. 

Holy Spider, de Ali Abbasi, foi destaque em 2022 no Festival de Cannes e rendeu a Zar Amir Ebrahimi o prêmio de Melhor Atriz. O filme, do gênero investigação, se apoia no caso real do assassinato de prostitutas no Irã, cometido por um fanático religioso. Na trama, acompanhamos, em paralelo, a vida e rotina do assassino em série e a investigação dos crimes conduzida pela jornalista Rahimi. Saber a identidade do criminoso não diminui a tensão nem o suspense da trama, que leva o espectador a experimentar continua e progressivamente insegurança e medo. 

O desenrolar da história apresenta diversas camadas de sentido compostas por distorção de preceitos religiosos, sexismo, desigualdade social, ressentimento, paranoia, medo, ignorância, messianismo, fanatismo, negligência declarada do governo com as investigações e, sobretudo, preconceito. Não se trata apenas da óbvia desvalorização das mulheres em sociedades machistas ou do império da lei do mais forte, mas de um sistema estrutural jurídico e social criminoso, onde loucura e violência sobressaltam. O assassino em série representa esse sistema; não pode ser visto como aberração ou caso isolado. 

O preconceito é, para a psicanálise, uma forma de psicose em que o estreitamento psíquico, a obsessão monotemática e a projeção imperam. A lógica do preconceito pode ser observada em atentados, crimes diversos e em todas as formas de pretensa purificação do Homem. A religião e a política, em suas versões autoritária, tendem a ser representantes exemplares do preconceito – uma forma de pensar e agir que acarreta, inevitavelmente, em violência física e psíquica. 

Sobre a debatedora:  

Eleonora Rosset é psicóloga (PUC-SP) e psicanalista membro associado da SBPSP. Formada em Direito pela Faculdade Mackenzie. Autora do blog Uma psicanalista vai ao cinema. www.eleonorarosset.com.br 

Sobre a mediadora: 

Luciana Saddi é psicanalista e escritora, membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, mestre em Psicologia pela PUC-SP e diretora de cultura e comunidade da SBPSP (2017/2020). É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. Além disso, Saddi é fundadora do Grupo Corpo e Cultura e coordenadora do programa de cinema e psicanálise da diretoria de cultura e comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo. 

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