MIS

Museu da Imagem e do Som

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Pobres Criaturas 

Ciclo de Cinema e Psicanálise

Data

16.07

Horário

19h

Ingressos

Gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria do MIS, um ingresso por pessoa)

Local

Auditório MIS

A cada edição, o Ciclo de Cinema e Psicanálise apresenta um filme no Auditório MIS, seguido de debate mediado por Luciana Saddi, coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida. 

Na edição de julho, o Ciclo de Cinema e Psicanálise exibe um dos longas-metragens mais premiados do último ano, “Pobres criaturas”. O filme dirigido por Yorgos Lanthimos foi vencedor em quatro categorias do Oscar 2024, incluindo Melhor Atriz para Emma Stone, e venceu o Leão de Ouro de Melhor Filme da edição de 2023 do Festival de Veneza. 

Após a sessão, haverá um debate com a psicanalista Maria Bernardete Amendola Contart de Assis e o jornalista Guilherme Genestreti, com mediação de Luciana Saddi. 

Sobre o filme 

Pobres criaturas 

(dir. Yorgos Lanthimos, EUA/Reino Unido, 2023, 141 min, 16 anos) 

A jovem Bella Baxter (Emma Stone) é trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Querendo ver mais do mundo, ela foge com um advogado e viaja pelos continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella exige igualdade e libertação. 

“’Pobres criaturas’, de Yorgos Lanthimos, livremente inspirado em Frankenstein, de Mary Shelley, narra as estranhas e surpreendentes aventuras de Bella Baxter (Emma Stone), após ser trazida de volta à vida pelo médico e cientista nada ortodoxo Godwin Baxter (Willem Dafoe), que a submete a um transplante de cérebro. Com o cérebro substituído pelo do filho que estava em seu ventre, Bella terá que reaprender a viver. Extremamente curiosa, querendo conhecer mais do mundo e do sexo, ela foge com um advogado com quem viaja pelos quatro continentes, exigindo igualdade e libertação. 

A estética do filme remete o espectador a uma paródia entre futurismo barroco e era vitoriana. Não por acaso, Bella encarna a revolução feminista, que tem início no século 19. A trajetória da personagem poderia ser resumida assim: de objeto sexual à autonomia. No caminho, destaca-se a conquista da sexualidade, o conhecimento do corpo e do próprio prazer, além da responsabilidade por si mesma. Bella, adulta com cérebro de criança, desafia a sociedade patriarcal ao não se enquadrar nos estereótipos de papeis designados à mulher.  

Freud (1905) se referiu ao nojo, náusea, repulsa e vergonha como elementos originais do superego. Apontou que tais sentimentos se ligavam às representações repelidas pela consciência, interdições sociais e culturais ligadas à sexualidade ou agressividade. Bella é transgressora exatamente por não sentir os indicadores do recalcado. Se assemelha à magnífica personagem de Hilda Hilst, Lori Lamb, que desfruta dos prazeres sexuais sem nojo ou vergonha.  

Os controles sociais são, principalmente, controles exercidos sobre os corpos. Ainda que as “almas” possam se sentir livres, é sempre o corpo que não tem para onde ir ou fugir. Ao libertar o corpo das amarras vitorianas, a personagem se emancipa, ganha poder sobre o próprio destino, voz – e, sobretudo, incomoda.” 

Sobre os debatedores 

Maria Bernardete Amendola Contart de Assis é psicóloga, psicanalista, membro efetivo com funções didáticas da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto (SBPRP) e membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Mestre e doutora em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia da USP, sob orientação do Dr. Lino de Macedo. Ex-docente da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da USP de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), nas disciplinas de Psicologia Educacional, Psicologia do Desenvolvimento e Ludoterapia. 

Guilherme Genestreti é jornalista, editor de Folhinha, Folhateen e Turismo na Folha de S.Paulo, com passagem pela editoria de Ilustrada, na qual foi repórter de cinema. 

Sobre a mediadora 

Luciana Saddi é psicanalista e escritora, membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), mestre em Psicologia pela PUC-SP e diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP (2017/2020). É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. Além disso, Saddi é fundadora do Grupo Corpo e Cultura e coordenadora do Programa de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo. 

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