MIS

Museu da Imagem e do Som

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CINEMA PERIGOSO DIVINO MARAVILHOSO

Em parceria com o Goethe-Institut, o MIS apresenta a mostra de filmes Cinema Perigoso Divino Maravilhoso, que complementa a exposição The fourth wall [A quarta parede], de Clemens von Wedemeyer, em cartaz no Paço das Artes até 02/12.

Data

02/11/2012 a 04/11/2012

Horários

Confira a programação completa ao lado

Retirada de ingressos com 1h de antecedência

Em parceria com o Goethe-Institut, o MIS apresenta a mostra de filmes Cinema Perigoso Divino Maravilhoso, que complementa a exposição The fourth wall [A quarta parede], de Clemens von Wedemeyer, em cartaz no Paço das Artes até 02/12.

Se na exposição von Wedemeyer aborda registros visuais dos índios Tasaday nas Filipinas para exploraros (não)limites entredocumentário e ficção, aqui a ideia é refletir sobre a representação do índio no cinema feito no Brasil, em filmes que muitas vezes superam as fronteiras entre autenticidade e teatralidade, entre testemunho e performance.

O título da mostra faz alusão a uma cena com Glauber Rocha no filme Vento do Leste, do Grupo Dziga Vertov, na qual ele aponta o caminho para o “cinema do terceiro mundo”; um cinema “perigoso, divino, maravilhoso”. A aposta da curadora convidada Graziela Kunsch é que podemos encontrar pistas desse cinema nessa produção, configurando um outro cinema “brasileiro”.

Além das sessões nos dias 02, 03 e 04/11, que contarão com a presença de alguns dos realizadores para debates, cópias em DVD dos filmes ficarão disponíveis para visualização e estudo na midiateca do museu durante todo o mês de novembro, com uma pequena biblioteca e textos críticos escolhidos.

Conheça a programação:

SEXTA 2.11
14h
Vento do Leste
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin), 1969-70, França/Itália/Alemanha, 100 min

16h
Festas e rituais Bororo
Luiz Thomaz Reis, 1916, Brasil, 26 min
Tatakox de Vila Nova
Guigui Maxakali, 2009, Brasil, 21 min
Acordar do dia
Derli Maxakali, Marilton Maxakali, Janaina Maxakali, Fernando Maxakali e João Duro Maxakali, 2009, Brasil, 34 min

18h
Uaka
Paula Gaitán, 1988, Brasil, 90 min

20h
Nós e a cidade
Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites, 2009, Brasil,6 min
Bicicletas de Nhanderu
Ariel Ortega e Patricia Ferreira, 2011, Brasil, 48 min

21h
Tchám krai kytõm pandã grét -Exibição masculina entre as populações européias
Maria Thereza Alves, 2008, Itália/Alemanha, 2 min
Iracema (de Questembert)
Maria Thereza Alves, 2009, Brasil/Itália/França/Alemanha, 26 min
Uma história dos Krenak
Shirley Krenak, Douglas Krenak e Tom Krenak, 2010, Brasil, 3 min
Conversa com Maria Thereza Alves após a sessão

SÁBADO 3.11
14h
Conversas no Maranhão
Andrea Tonacci, 1977-83, Brasil, 120 min

16h15
Os Arara
Andrea Tonacci, 1981-83, Brasil, 75 min

18h
Serras da desordem
Andrea Tonacci, 2006, Brasil, 135 min
Conversa com Andrea Tonacci após a sessão

21h30
Estrada para Ythaca
Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti, 2010, Brasil, 70 min

DOMINGO 4.11
15h
Pirinop, meu primeiro contato
Mari Corrêa e Karané Ikpeng, 2007, Brasil, 83 min
Conversa com Mari Corrêa após a sessão

17h
Corumbiara
Vincent Carelli, 2009, Brasil, 117 min


Sinopses dos filmes, na ordem da programação:

Vento do Leste
Você faz um filme. Você cria imagens e sons. O que fazer, para não criar imagens e sons que permaneçam sendo os de dominação da classe dominante?

Festas e rituais Bororo
A pescaria que faz parte da Jure (festa da alegria), feita com o uso do timbó; a preparação do espaço da festa; os adornos utilizados; manufatura de palha e barro para objetos e roupas da festa; danças e movimentação dos rituais fúnebres; o repasto durante as cerimônias; a dança do arco e flecha; abluções; a cerimônia do Marido; o ritual Aijê (com representação da caça à onça); o sepultamento do morto.

Tatakox de Vila Nova
Quando as mulheres sentem saudade das suas crianças que morreram pequenas os Tatakox vão buscá-las e trazem-nas às aldeias para que as mães as vejam. Com a filmadora nós pudemos ver de onde é que os Tatakox tiram as crianças. Depois, no mesmo dia, os meninos vivos da aldeia são levados de suas mães pelos espíritos para ficar na casa dos homens e aprender.

Acordar do dia
Na manhã da aldeia, uma bruma envolve e desfaz os limites concretos dos corpos, das posições, das idades. A ela junta-se a fumaça dos fogos caseiros e o cheiro do café coado. Os que ali rodeiam, esperam, convivem devagar, com a certeza de que são donos em sua própria casa.No caminhão, na cidade, na feira, estamos todos invadidos por cortes: cercas, sacos, moedas, movimentos bruscos, palavras ríspidas. Todos eles acusam um maior e primeiro corte, os tikmũ’ũn ultrapassaram a fronteira, estão no mundo dos mestres dos objetos, numa civilização onde cada coisa tem seu lugar.  A presença deles nos questiona.

Uaka
No Xingu, todos os anos se celebra na aldeia Kamaiurá o Quarup, grande acontecimento festivo no qual os homens roubam o fogo divino, espalhando-o pela terra. Nove tribos participam do ritual ao som de flautas uruá, com a participação dos pajés Tacumã, Sapaim e Prepori, entre outros.O filme também acompanha os índios na cidade de Brasília. “Uaka” significa “céu” em Kamaiurá.

Nós e a cidade
Sem matas para caçar e sem terras para plantar, os Mbya-Guarani dependem da venda do seu artesanato para sobreviver. Esta é uma versão de 6 minutos do filme Duas aldeias, uma caminhada, de três realizadores Guarani. O filme original é resultado de oficinas de formação audiovisual para o povo Guarani, dentro do projeto Vídeo nas Aldeias. O filme completo estará disponível na midiateca.

Bicicletas de Nhanderu

Uma imersão no cotidiano e na espiritualidade dos Mbya-Guarani da aldeia de Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.
 
Tchám krai kytõm pandã grét – Exibição masculina entre as populações européias
A necessidade de reafirmação dos homens europeus em rituais públicos, tocando o que algumas culturas consideram íntimo e pessoal.
 
Iracema (de Questembert)
E se invertêssemos o pensamento clássico ocidental de visitarmos nativos amistosos de qualquer lugar? Este docudrama reconta a ambígua história de Iracema, uma jovem mulher do isolado vilarejo brasileiro de Corubime. Iracema faz uma longa viagem de São Paulo à França, onde descobre que acabou de herdar a propriedade de seu pai. Agora, ela é dona de uma vasta propriedade, cujas autoridades locais gostaria de compra-la antes de ver nas mãos de uma “selvagem”. Destemida, Iracema luta para manter a propriedade, onde funda o Questembert Institute for Art and Science. Ela discursa no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, disposta a conhecer artistas e pensadores.

Uma história dos Krenak
Pedido de apoio dos Krenak para documentário que eles próprios querem realizar sobre a sua história, de quase total extermínio, no estado de Minas Gerais.

Conversas no Maranhão
Durante a demarcação oficial de suas terras pela Fundação Nacional do Índio, os Canela Apaniekra ou Timbira orientais, decidem interromper o trabalho dos topógrafos e enviar suas reivindicações para Brasília na forma de carta, gravação e filme. Assim eles expressam sua insatisfação para com os limites territoriais impostos pela Funai. O filme foi realizado com a participação e a orientação dos mais velhos do Conselho da aldeia e pretende ser um documento oficial da nação Canela ao estado Brasileiro. A história do grupo, os massacres, a dispersão, o reencontro, os posseiros e os limites imemoriais do território são revelados através de imagens do cotidiano na aldeia.

Os Arara
Episódios I e II: Documentação dos preparativos e das expedições da Frente de Atração Arara da FUNAI, no estado do Pará. Com a construção da Transamazônica o território dos Arara (sem contato com o homem branco) é cortado ao meio, e os índios reagem atacando os trabalhadores. Ciente de que todo contato é uma criação de dependência, o sertanista Sydney Possuelo, que também narra reflexivamente os dois episódios, lidera as expedições que tem como finalidade identificar os grupos, quantos indivíduos são, e configurar os limites territoriais para proteger a área de invasores e madeireiras da região. Episódio III (inédito, material bruto): Registro de um primeiro encontro dos homens da Frente de Atração da FUNAI com os índios Arara.

Serras da desordem
Carapirú é um índio nômade que após escapar do massacre de seu grupo familiar em 1977 perambula sozinho pelas serras do Brasil central até ser capturado 10 anos depois a 2000 Km de  distância de seu ponto de partida. Levado para Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo torna-se manchete nacional e centro de polêmica criada por antropólogos e lingüistas quanto à sua origem e identidade.

Estrada para Ythaca
"Mantenha sempre Ythaca em sua mente.Chegar lá é a sua meta final,Mas não tenha pressa na viagem.Melhor que dure vários anos;E ancore na ilha quando você estiver velho,com todas as riquezas que você tiver adquirido no caminho,sem esperar que Ythaca irá enriquecê-lo.Ythaca terá lhe dado a linda viagem.Sem ela você nunca teria partido,E ela não poderia dar-lhe mais…Tão sábio que serás, com todo conhecimento,Já terás entendido o que significa Ythaca."Konstatínos Kaváfis

Pirinop, meu primeiro contato
Em 1964, os índios Ikpeng têm seu primeiro contato com o homem branco numa região próxima ao rio Xingu, no Mato Grosso. Ameaçados em seu território por invasões de garimpeiros, eles são transferidos para o Parque Indígena do Xingu, onde ainda vivem. Unindo o passado ao presente, os Ikpeng evocam em um misto de tristeza e humor, os momentos que mudaram as suas vidas, o dia em que uma ave-espírito barulhenta cruzou o céu da aldeia pela primeira vez. O filme relata este encontro, ou o que restou dele: as lembranças, o exílio, a terra abandonada, a cultura e a identidade de um povo. De um lado, a memória – falha, intensa, reinventada, as imagens de arquivo, a narrativa oral. De outro, o presente, a aldeia, os gestos quotidianos, o desejo de retorno.

Corumbiara
Em 1985, o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios na Gleba Corumbiara (RO), e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia, e cai no esquecimento. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, “Corumbiara” revela essa busca e a versão dos índios.

Governo do Estado de SP