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Museu da Imagem e do Som

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Curso Livre de História da Arte – Módulo I

O primeiro módulo, Panorama da história da arte, abrange do Renascimento aos dias de hoje e busca fornecer bases gerais sobre os estudos de arte.

Data

09/03/2010 a 29/06/2010

Horários

Turma 1: terças, 18h às 22h Turma 2: sábados, 16h às 20h

Ingresso

R$370/semestre (R$50 de taxa de inscrição mais 4 parcelas de R$80); 50% de desconto para estudantes e professores da rede pública e privada mediante comprovação da atividade.

Público alvo: estudantes de arte, jornalistas culturais, artistas, professores de arte, profissionais da área de museus, arte educadores, aspirantes à crítica e curadoria, profissionais da área da cultura, estudantes e profissionais de comunicação e semiótica.

Ao final de cada módulo, será emitido um certificado semestral para os alunos com frequência igual ou superior a 75%.

O primeiro módulo, Panorama da história da arte, abrange do Renascimento aos dias de hoje e busca fornecer bases gerais sobre os estudos de arte.

Módulo I: Panorama da História da Arte

Submódulo 1: A Constituição dos Padrões Estéticos Renascentista e Barroco


O Renascimento refere-se ao Quattrocento italiano, que se distinguiu das retomadas anteriores da antiguidade clássica pela introdução de elementos inovadores na pintura que levaram à constituição de um padrão ou modelo estético dominante, envolvendo principalmente o desenvolvimento da perspectiva monocular altamente realista, o tratamento do espaço da pintura como janela, o estudo da luz e da sombra. A finalidade deste módulo é caracterizar esse modelo de representação para que seja possível compreender as mudanças na representação encetadas pela arte moderna a partir do impressionismo no sec. XIX.

O Barroco também se faz presente neste módulo devido à presença dominante dessa arte manifesta na pintura, escultura, arquitetura e música na cultura ocidental. Também será uma base necessária para, mais adiante estabelecermos um contraponto com o neo-barroco da pós-modernidade na segunda metade do século XX.

Voltado para os sentidos e cenas dramáticas, o Barroco é ainda uma arte realista, mas seu estilo monumental, retorcido com senso de movimento, energia e tensão, e seus acentuados contrastes entre o claro e escuro, intensificando os efeitos dramáticos, opuseram-se à centralidade geométrica, equilibrada e serena da arte renascentista.

Ministrado por Angélica de Moraes, crítica de artes visuais para as revistas Wish Report e DASArtes, curadora e mestranda em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Palestrante do Curso de Formação de Mediadores da 5a Bienal do Mercosul, ministrou cursos de História da Arte na Fundação Joaquim Nabuco, no Itaú Cultural e na Universidade de Joinville. Organizou exposições para o Museu de Arte de São Paulo (Masp), Pinacoteca do Estado (SP), Paço das Artes (SP), Museu de Arte Moderna de São Paulo, Paço Imperial (Rio) e Santander Cultural (Porto Alegre), entre outros.

Submódulo 2: Inventores e ruptores do Renascimento ao Modernismo

Para atender ao objetivo final do curso – desenvolver a capacidade de estabelecer relações não-lineares entre obras e artistas – este submódulo tem por função destacar alguns dos mais relevantes artistas, criadores de linguagem, que, independentemente do período e lugar em que viveram ou do estilo em que costumam ser identificados, foram marcando os séculos, da Renascença ao Modernismo, com invenções e rupturas de padrão que fizeram avançar as linguagens da arte e anteciparam tendências futuras.

Alguns desses artistas são: o próprio Leonardo (1452-1519), por seu caráter emblemático, antecipador de todas as aproximações da arte com a ciência; Hieronymus Bosch (1450-1516), pintor e gravador flamengo, influente no surrealismo; Pieter Bruegel, o velho (1525-1569), que pintou paisagens por si mesmas e não como documentos de situações; Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (1599-1660), o grande mestre de todas as meta-artes, artes que pensam a si mesmas; Francisco José de Goya y Lucientes (1746-1828), artista subversivo que inspirou gerações futuras de artistas; John Constable (1776-1837) demonstrando que a pintura de paisagens podia ir por direções inesperadas; Joseph Mallord William Turner (1775- 1851) o mestre da luz, abrindo o caminho para os impressionistas; etc.

Ministrado por Angélica de Moraes.

Submódulo 3: As vanguardas históricas e a crise da representação (do Impressionismo a 1945)

Neste módulo será apresentado o borbulhar de movimentos, estilos, escolas que, conhecidos sob o nome de vanguardas históricas, foram desconstruindo e decantando todos os princípios de representação sedimentados desde o Renascimento. As possibilidades de encontrar uma lógica interna para o agrupamento desses movimentos são bastante variadas. Algumas das possibilidades são as que se seguem:

(a) na vertente da luz: impressionismo, pós-impressionismo, divisionismo;
(b) na vertente subvertora: futurismo, dadá, surrealismo;
(c) na vertente da decantação da forma: cubismo, construtivismo russo, suprematismo, neo-plasticismo;
(d) na vertente da cor: expressionismo, fovismo.

A desconstrução da representação levada a efeito pelas vanguardas históricas do Modernismo terá como contraponto o impacto do surgimento da fotografia e do cinema como arte de massas sobre a arte e a questão da perda da aura do objeto único. Incorporações da visualidade fotográfica pela arte e dos procedimentos artísticos pelo cinema experimental serão trabalhadas. Os representantes das vanguardas no Brasil estarão inseridos e serão discutidos nos pontos de convenientes.

Ministrado por Nancy Camara Betts, mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora adjunta da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Arte e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: figuratividade, efeitos de sentido, procedimentos pop kitsch, apropriação, intertextualidade e semiótica discursiva.

Submódulo 4: As vanguardas artísticas (do pós-guerra, 1945 a 1970)

Cessado o processo de decantação da luz, das cores e das formas, e nada mais restando dos alicerces visuais renascentistas, o momento do pós-guerra abriu caminho para uma irrupção de tendências artísticas que variam livremente, sem um telos e sem permitir qualquer tipo de agrupamento. São elas:

(a) o expressionismo abstrato e o tachismo
(b) a arte concreta e neo-concreta
(c) a força dinâmica da arte cinética, as ilusões óticas e instabilidades perceptivas da op art
(d) o novo realismo e sua “apaixonante aventura do real captado em si mesmo e não através do prisma da transcrição conceitual ou imaginativa”(Restany) tendo à frente a figura emblemática de Yves Klein. Os happenings e a body art como testemunhas de que quem manda na arte é ela mesma.
(e) a pop arte e seu canto paralelo, ironia e desdém, à explosão da cultura de massas
 (f) a simplicidade extrema do minimalismo e o privilégio da idéia na arte conceitual. A land art, a arte povera.

Ministrado por Daniela Bousso, crítica de artes visuais, curadora e pesquisadora, com doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Diretora desde 1997 do Paço das Artes, em 2007 foi convidada a planejar o projeto de reposicionamento do MIS de São Paulo e assumiu a sua direção. Entre as exposições em que atuou como curadora destacam-se: Salas Denis Oppenheim e Tony Oursler, XXIV Bienal de São Paulo (1998); Sala Especial Rafael França na Bienal do Mercosul (2001); Metacorpos, São Paulo, Paço das Artes-SP (2003); Exposição hiPer > relações eletro / / digitais, Santander Cultural, Porto Alegre/RS (2004); Inter@conect – 12 artistas brasileiros no ZKM – Centro de Mídia Arte, Alemanha (2006); 3º Paralela à Bienal – SP, 2006; Exposição “Paisagens” Museu Reina Sofia, Madrid (2008).

Submódulo 5: O pós-moderno (de 1970 aos anos 1990)

Para Vattimo, a pós-modernidade aparece como uma espécie de renascimento dos ideais banidos e cassados pela modernidade racionalizadora. Esta termina quando não se pode mais falar da história como algo unitário e quando morre o mito do progresso. No campo da arte, a irrupção libertária das vanguardas artísticas já semeava, na realidade, o terreno para a emergência do pós-moderno, que Danto chama de “arte depois do fim da arte”.

Coincidindo com os primeiros passos da cultura do computador, com seus bancos de dados e de imagens, para a arte pós-moderna, a história não corre com o relógio, mas faz movimentos de vai e vem, retroativos e prospectivos, enfim, a história gira ao sabor do acesso às formas e estilos do passado, disponíveis para serem revirados e revividos.

Como tônicas do pós-moderno, serão abordados: a paródia, o clichê, o pastiche, o intertexto e a intersemiose. Dentro deste contexto, veremos a volta à pintura, a explosão do mercado de arte e a era Tatcher Reagan com ênfase na produção de artistas como Cindy Shermann , Nan Goldin e Pipilotti Rist, a polêmica da Grande Tela na curadoria de Sheila Leirner na Bienal de São Paulo e pintores como Anselm Kiefer, Keith Hering, Sandro Chia e a Transvanguarda, em meados dos anos 1980….entre outros.

Ministrado por Lucia Santaella, pesquisadora, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP e professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. É presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica, membro executivo da Associación Mundial de Semiótica Massmediática y Comunicación Global, México, desde 2004, membro associado do Centro de Pesquisa Interdisciplinar em Cultura da Universidade de Kassel. Recebeu o prêmio Jabuti em 2002 e o Prêmio Sergio Motta, Liber, em Arte e Tecnologia, em 2005. Foi professora convidada pelo DAAD na Universidade Livre de Berlin, em 1987, na Universidade de Valencia, em 2004, e na Universidade de Kassel, em 2009.

Submódulo 6: A condição atual da arte

Na sua condição atual, a arte é “por demais pluralista em intenção e realização para se permitir ser apreendida em uma única dimensão” (Danto).

Essa multiplicidade indiscernível tem levado os críticos a repetirem o que Rosalind Krauss chamou de condição pós-midiática das artes visuais, não apenas no sentido de que não há suportes ou mídias privilegiadas para as artes, mas também de que não tem absolutamente nenhuma importância que meio é usado.

Para Santaella, a arte atual, após ter passado pelos estágios pré-fotográfico e fotográfico, hoje está inserida em um estágio pós-fotográfico, emaranhada em uma rede de forças dinâmicas, tanto pré-tecnológicas quanto tecnológicas, artesanais e virtuais, locais e globais, massivas e pós-massivas, corporais e informacionais, presenciais e digitais etc.

Neste contexto, serão abordados os vídeos, as instalações, a evolução dos dispositivos e interfaces, a fotografia e suas variáveis, as Bienais, as documentas, o sistema da arte (produção artística, instituições, mídia e mercado) a hibridização das linguagens e suportes, as intersecções entre meios, tribos e contextos, a convergência entre as artes e a comunicação, e será analisada a passagem da arte do analógico ao digital.

Ministrado por Christine Mello, crítica de arte e professora de teoria e história da arte do Mestrado em Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina e da FAAP-Artes Plásticas. Integrou a equipe curatorial do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2008-2009 e publicou Extremidades do vídeo (Editora Senac, 2008). Com pós-doutorado em Artes Plásticas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), é doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Coordena o Grupo de Pesquisa arte&meios tecnológicos (CNPq/FASM). Seus projetos curatoriais incluem a Representação Brasileira de Net Art da 25ª. Bienal Internacional de São Paulo (2002), assim como exposições em museus, galerias e festivais tanto brasileiros quanto internacionais. Suas mais recentes curadorias são Demasiada Presença (Escola São Paulo) e Espaço em relação: fluidez e simultaneidade (Museu de Arte Moderna da Bahia), realizadas em 2009

Ministrado por Giselle Beiguelman, artista multimídia e professora dos cursos de pós-graduação em Comunicação e Semiótica e Tecnologias da Inteligêcia e Design Digital da PUC-SP. Editora da seção novo mundo da revista eletrônica Trópico, foi curadora do Nokia Trends (2007 e 2008) e é Diretora Artística do Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia. Criadora de diversos projetos premiados, seu trabalho aparece em antologias importantes e obras de referência devotadas às artes digitais on line como o Yale University Library Research Guide for Mass Media e Information Arts: Intersections of Art, Science, and Technology (S. Wilson, MIT Press, 2001) e Digital Arts (C. Paul, 2008). Seus projetos foram apresentados em exposições como 25a Bienal de São Paulo, Arte/Cidade, Net_Condition (ZKM, Germany), el final del eclipse (Fundación Telefonica, Madrid) e Algorithmic Revolution (ZKM). Participa, no momento de Geografias Celulares (Espacio Fundación Telefonica, Buenos Aires) e Visual Foreign Correspondents (Berlim).

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