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Museu da Imagem e do Som

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Curso Livre de História da Arte – Módulo II

O módulo A arte e suas intersecções debate temas como Arte e Técnica, Intersecções das Artes entre Si, Arte, Mercado e Circuito e Arte e Comunicação.

Data

11/08/2010 a 27/11/2010

Horários

Turma 1: quartas, 18h às 22h Turma 2: sábados, 16h às 20h

Ingresso

R$370/semestre (R$50 de taxa de inscrição mais 4 parcelas de R$80); 50% de desconto para estudantes e professores da rede pública e privada mediante comprovação da atividade.

Público alvo: estudantes de arte, jornalistas culturais, artistas, professores de arte, profissionais da área de museus, arte educadores, aspirantes à crítica e curadoria, profissionais da área da cultura, estudantes e profissionais de comunicação e semiótica.

A inscrição só será confirmada após o pagamento da matrícula.

Seleção: disponibilidade de vagas.

Inscrições limitadas ao número de vagas remanescentes.

Pré-requisitos:
entregar uma cópia do RG e certificado de escolaridade (de curso superior em andamento – ao menos no terceiro ano – ou completo, na área de ciências humanas).

Inscrições encerradas.

Ao final de cada módulo, será emitido um certificado semestral para os alunos com frequência igual ou superior a 75%.

No segundo módulo, A arte e suas intersecções (técnicas e suportes), especialistas convidados debaterão temas como “Arte e técnica”, “Intersecções das artes entre si”, “Arte, mercado e circuito” e “Arte e comunicação”.

As aulas, ministradas em duas turmas, às quartas-feiras e aos sábados, têm início nos dias 11 e 14 de agosto, respectivamente.

Módulo II: A arte e suas intersecções (técnicas e suportes)


Sub-módulo 7: Arte e técnica

Compreender a relação entre arte e técnica pressupõe recuperar as distinções e complementaridades, que vêm do grego, entre epistéme, techné e poiésis. Desde os gregos muita coisa mudou no modo como o binômio da arte e da técnica passou a ser compreendido. Não mais entrelaçado aos sentidos de epistéme e de poiésis, o campo semântico de techné estreitou-se, enquanto romanticamente o significado de poiesis, concebida como processo criador, passou a ser sobrevalorizado. 

Este submódulo pretende colocar em discussão a relevância da mediação de procedimentos técnicos em quaisquer formas de arte a ponto de ser impossível separar a produção artística de uma técnica específica a essa produção. Serão estabelecidas as relações entre técnicas e suportes por meio de exemplos na arte ao longo do tempo. Serão estudadas as diferenças e as ligações entre techné, poiésis e epísteme e, consequentemente, as mudanças no modo como o binômio arte e técnica passou a ser compreendido nos dias de hoje.

Ministrado por Lucia Santaella, pesquisadora, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP e professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. É presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica, membro executivo da Associación Mundial de Semiótica Massmediática y Comunicación Global, México, desde 2004, membro associado do Centro de Pesquisa Interdisciplinar em Cultura da Universidade de Kassel. Recebeu o prêmio Jabuti em 2002 e o Prêmio Sergio Motta, Liber, em Arte e Tecnologia, em 2005. Foi professora convidada pelo DAAD na Universidade Livre de Berlin, em 1987, na Universidade de Valencia, em 2004, e na Universidade de Kassel, em 2009.

Sub-módulo 8: Arte e tecnologia

A técnica está universalmente presente em todas as produções artísticas e a tecnologia, como conhecimento sobre a técnica, é um produto histórico mais recente. Enquanto a técnica é um saber fazer, a tecnologia inclui a técnica, mas avança além dela. Há tecnologia onde quer que um dispositivo, aparelho ou máquina for capaz de encarnar, fora do corpo humano, um saber técnico, um conhecimento científico acerca de habilidades técnicas específicas.

O que importa para a arte é compreender que, antes da revolução industrial, os instrumentos técnicos eram prolongamentos do gesto hábil, concentrado nas extremidades das mãos, como é o caso do lápis, do pincel ou do cinzel.

Por seu lado, os equipamentos tecnológicos ou “aparelhos”, segundo a denominação de Flusser, são máquinas de linguagem, máquinas mais propriamente semióticas. Sem deixarem de ser máquinas, elas dão corpo a um saber técnico introjetado nos seus próprios dispositivos materiais. Isso começou com a fotografia e foi se sofisticando cada vez mais no decorrer do século XX até a constituição de um complexo campo artístico que funciona de acordo com leis próprias e que passou a ser chamado de arte tecnológica ou arte-mídia.

Ministrado por Paula Alzugaray é curadora independente, critica de arte e jornalista especializada em artes visuais. Desde junho de 2008, edita a sessão de artes visuais da revista Istoé. Doutoranda de Comunicação e Semiótica na PUC-SP. Entre seus projetos curatoriais incluem-se as exposições “Videometria: o video como dispositivo de medição na arte contemporânea brasileira”, no Loop Festival, em Barcelona, em 2006; “Situ/ação: Vídeo de viagem, no Paço das Artes, em São Paulo, em 2007 e a mostra “Observatórios”, no Itaú Cultural, em Belo Horizonte e Vitória, em 2009. É autora do documentário “Tinta Fresca” (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. 

Sub-módulo 9: Arte e mídia

Este sub-módulo objetiva apresentar um panorama da arte mídia até suas manifestações mais recentes, no transcinema, por exemplo, na arte móvel, no cinema locativo, na arte e ciência etc., discutindo as especificidades de seus modos de produção, difusão e recepção. 

O termo mídia surgiu recentemente. Quanto mais cresce sua esfera de sentidos, mais impreciso ele se torna. De todo modo, pode-se afirmar que seu aparecimento se deu junto com a emergência das tecnologias digitais, em função da distinção que passou a ser feita em língua inglesa entre mass media_para caracterizar os meios de massa e new media para caracterizar as novas mídias digitais. A partir dessa distinção, o termo “mídias”, sem o adjetivo “novas”, passou a ser usado retrospectivamente para designar qualquer meio de comunicação o que dilatou grandemente o campo de referência da palavra.

Ministrado por Marcelo Bressanin é mestre em História Social da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas. Realizou curadorias em diversos projetos na área de cultura digital e de cinema ao longo de sua atuação no SESC SP, instituição onde atuou como Assistente Técnico da Gerência de Ação Cultural. No MIS, realizou a curadoria da obra “Escape para uma outra estática”, do artista Ricardo Carioba, instalada no Espaço Redondo.

Sub-módulo 10: Intersecções das artes entre si

Este sub-módulo pretende estabelecer as relações de similaridade, complementaridade, sobreposição, oposição, conflito, distinção entre: arte e arquitetura, arte e indústria, arte e design, instalações híbridas e arte sonora. Tudo isso para conduzir aos hibridismos cada vez mais presentes desde o Dadá e seu paroxismo na convergência das artes no mundo digital.

Ministrado por Angela Santos é mestre em Design pelo Centro Universitário SENAC, São Paulo; Bacharel em Artes Visuais pelo Algonquin College, Ottawa, Canadá. Fluente em inglês, francês e espanhol, tem trabalhado no Paço das Artes de 2002 a 2009 como curadora adjunta e produtora; desde 2009 atua como assessora para os projetos internacionais do MIS e do Paço das Artes, realizando as principais exposições das duas instituições. Enquanto artista visual faz uso de vários meios como fotografia, instalação e vídeo, atuando dentro de estéticas relacionais.  Seu foco de interesse volta-se para a flora enquanto manifestação cultural e para as questões de ecologia e sustentabilidade.

Convidado: Nelson Brissac é filósofo, trabalhando com questões relativas à arte e ao urbanismo. É organizador e curador de Arte/Cidade (www.artecidade.org.br), um projeto de intervenções urbanas em São Paulo, desde 1994. Publicou: A sedução da barbárie, Brasiliense, 1982; Cenários em ruínas, Brasiliense, 1987. América, Companhia das Letras, 1989; Paisagens Urbanas, Ed. Senac, 1996; Brasmitte, catálogo, 1997; Arte/Cidade – Intervenções Urbanas, Ed. Senac, 2002 e Paisagens Críticas – Robert Smithson: arte, ciência e indústria, Ed. Senac / Educ, 2010 . Dedica-se também a pesquisas sobre as dinâmicas territoriais na região sudeste do Brasil e as relações entre arte e indústria.

Sub-módulo 11: Arte, mercado e circuito

Quando se fala em mercado das artes, costuma-se enfatizar apenas o papel desempenhado pelo mercado de compra e venda de obras. Entretanto, esse mercado é parcial frente a uma pluralidade de outras vias mercadológicas, especialmente, dos sistemas das exposições cada vez maiores que implicam uma pletora de instituições circundantes. Alimentados pela notável multiplicidade e diversificação das produções artísticas e pelo aumento de sua competitividade no cenário social, os sistemas de exposições vêem encorajando a construção de novos museus, eles mesmos obras de arte arquitetônicas.

A construção de museus de porte gigantesco, verdadeiras acrópoles, e o enorme investimento financeiro neles implicado funcionam como índices seguros da absorção da arte pela cultura oficial e alto comércio. Uma coisa leva à outra. O aumento do tamanho e do número de museus os habilitou à realização de mega exposições de artistas e movimentos estéticos consagrados. Essas exposições, financiadas por pacotes de empresas privadas e órgãos governamentais e amplamente divulgadas pelas mídias, trazem como retorno um afluxo extraordinário de visitantes.

Além disso, as exposições são acompanhadas de um feixe de mídias com função didática e informativa: vídeos documentários, salas multimídia, sites na internet e DVDs. À saída do edifício, o visitante vê-se mergulhado em uma ampla loja de produtos relacionados à exposição: livros, cartões postais, canetas e outros objetos. Enfim, para falar em mercado das artes hoje é necessário compreender a multiplicidade cultural e econômica dos seus fios e sua capilaridade social. 

A enorme expansão dos mercados culturais e artísticos tem provocado como conseqüência a emergência de novos hábitos de consumo estéticos. Assim, os circuitos das artes são atualmente tão múltiplos quanto é plural a condição da arte. Há os circuitos gerados pelas programações dos museus que têm funções e objetivos distintos dos circuitos das galerias. Há os circuitos das bienais, das mega exposições e das grandes feiras de artes. Há o circuito dos institutos de fomento à arte. Há o circuito rizomático das artes que circulam pelas redes digitais. Há o circuito dos festivais e simpósios, mais voltados para os teóricos e críticos da arte. Há o circuito pedagógico da arte etc. Cada um desses circuitos citados apresenta determinações que lhe são próprias e não deve ser analisado com critérios importados de outro tipo de circuito. 

Ministrado por Daniela Bousso, crítica de artes visuais, curadora e pesquisadora, com doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Diretora desde 1997 do Paço das Artes, em 2007 foi convidada a planejar o projeto de reposicionamento do MIS de São Paulo e assumiu a sua direção. Entre as exposições em que atuou como curadora destacam-se: Salas Denis Oppenheim e Tony Oursler, XXIV Bienal de São Paulo (1998); Sala Especial Rafael França na Bienal do Mercosul (2001); Metacorpos, São Paulo, Paço das Artes-SP (2003); Exposição hiPer > relações eletro / / digitais, Santander Cultural, Porto Alegre/RS (2004); Inter@conect – 12 artistas brasileiros no ZKM – Centro de Mídia Arte, Alemanha (2006); 3º Paralela à Bienal – SP, 2006; Exposição “Paisagens” Museu Reina Sofia, Madrid (2008).

Convidados:
Adriano Casanova é mestre em Arte Digital pela London University Of Arts (Londres), se especializando em Gestão e Direção de Galerias de Arte pelo Instituto de Arte de Madrid. Atualmente é diretor geral e curador da Galeria Baró Cruz, sendo curador das seguintes exposições entre outras: “SO PULO” Secret History of Mondrian Fanclub” David Medalla, Adam Nankervis, Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape; “Arsenal” Baró galeria / galeria Emma Thomas; “Video in foco / foto in foco”, além das curadorias  “Subjetivo feminino: una Mirada latino americana” Instituto Cervantes; “Connecting urban spaces III” – green papaya artspace, Filipinas. Entre as publicações, destacam-se Revista virtual espaço menosuno – Madri – Espanha; Revista Pocket ed.004/abril “fotografia Fashion rules”- Campo Grande- Brasil; Revista Pocket ed005/maio “fotografia registro da rua alvares penteado” – Campo Grande- Brasil; Documenta 12 Magazine/ canalcontemporaneo.art “texto: fotolinguagem: ação social na arte contemporanea” Kassel – Alemanha.

Marcia Fortes é formada em Inglês e Literatura Americana pela New York University. Durante os onze anos em que morou em Nova Iorque, trabalhou como jornalista, tradutora, crítica e curadora de arte. De 1991 à 1994, foi correspondente cultural do Jornal do Brasil e escreveu para a revista Vogue brasileira, para a secção de arte do jornal Folha de São Paulo, para a revista Inglesa Poliester, além de vários catálogos para galerias internacionais. Em 1998, curou uma exposição internacional de pintura chamada Hanging para a Galeria Camargo Vilaça em São Paulo que também foi apresentada no Paço Imperial, Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães, Recife.  Em 1999, curou a exposição “artLovers” na I Liverpool Biennial. Tornou-se diretora da Galeria Camargo Vilaça em 2000 e em agosto de 2001, fundou com sua sócia Alessandra Ragazzo d’Aloia, a Galeria Fortes Vilaça. Em Junho de 2007, junto com Ricardo Sardenberg e Alessandra Ragazzo d’Aloia fundou a Editora Cobogó, dedicada exclusivamente às artes e culturas contemporânea.

Giselle Beiguelman é artista multimídia e professora dos cursos de pós-graduação em Comunicação e Semiótica e Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP. Editora da seção novo mundo da revista eletrônica Trópico, foi curadora do Nokia Trends (2007 e 2008) e é Diretora Artística do Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia. Criadora de diversos projetos premiados, seu trabalho aparece em antologias importantes e obras de referência devotadas às artes digitais on line como o Yale University Library Research Guide for Mass Media e Information Arts: Intersections of Art, Science, and Technology (S. Wilson, MIT Press, 2001) e Digital Arts (C. Paul, 2008). Seus projetos foram apresentados em exposições como 25a Bienal de São Paulo, Arte/Cidade, Net_Condition (ZKM, Germany), el final del eclipse (Fundación Telefonica, Madrid) e Algorithmic Revolution (ZKM). Participa, no momento de Geografias Celulares (Espacio Fundación Telefonica, Buenos Aires) e Visual Foreign Correspondents (Berlim).   


Sub-módulo 12: Arte e comunicação

Este sub-módulo visa colocar, entre outras possíveis, as seguintes questões em discussão: que caminhos interatuantes as comunicações e as artes vieram percorrendo especialmente no último século e meio, desde que o campo das comunicações passou a ocupar lugar cada vez mais dilatado nas culturas das sociedades industriais e pós-industriais? Que conseqüências a revolução tecnológica trouxe para as artes desde a invenção da fotografia até os dias de hoje? Quais foram as reações dos artistas diante da hegemonia dos meios de comunicação? Que apropriações e usos os meios de comunicação têm feito da arte? Que papéis sociais vitais a arte pode desempenhar na ambiência cultural das  comunicações?

Ministrado por Lucia Santaella, pesquisadora, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP e professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. É presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica, membro executivo da Associación Mundial de Semiótica Massmediática y Comunicación Global, México, desde 2004, membro associado do Centro de Pesquisa Interdisciplinar em Cultura da Universidade de Kassel. Recebeu o prêmio Jabuti em 2002 e o Prêmio Sergio Motta, Liber, em Arte e Tecnologia, em 2005. Foi professora convidada pelo DAAD na Universidade Livre de Berlin, em 1987, na Universidade de Valencia, em 2004, e na Universidade de Kassel, em 2009.

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