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Museu da Imagem e do Som

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Festival Cine MIS 2022

O Festival Cine MIS é um panorama da diversidade de olhar que o cinema transmite. Foram 28 produções selecionadas, entre curtas, médias e longas-metragens.

Data

16/12/2022 a 17/12/2022

Horários

Horários variados. Confira a programação

Ingresso

Gratuito

O Festival Cine MIS é um panorama da diversidade de olhar que o cinema transmite sobre sentimentos, cidades, direitos humanos, entre outros temas universais que atravessam as relações humanas e a vida em sociedade. Em 2022, o Festival recebeu quase 600 inscrições de pessoas de todas as regiões do Brasil e, após um processo longo de análise, exibirá 28 produções entre curtas, médias e longas-metragens, que, através da experimentação de linguagem em ficção ou documentários, apresentam retratos de um país e toda a sua complexidade. A seleção foi realizada pelos cineastas Glenda Nicácio, Duda Leite e Bruno Cucio e pelos programadores do MIS Jéssica Silva e Júnior Oliveira, junto com o educador da equipe do MIS Ícaro San Carlo.

Dentre as produções selecionadas para a edição 2022 do Festival, há representantes de todas as regiões do país, que colocam em discussão as angústias e lutas existentes em diferentes espaços sociais. Dos povos originários do Crato no Ceará às ruas de Manaus no norte do país, o Festival Cine MIS traz um retrato social de tempos em que a luta por identidade, moradia, justiça e direitos permeiam as relações sociais e alimentam os anseios de construção de uma nova sociedade. Experimentos audiovisuais de realizadores em início de carreira ou mesmo de cineastas com experiência na área desenham a programação do Festival.

Confira a programação:

16.12, sexta, às 15h

PROGRAMA 1
Duração 98 min
Classificação indicativa 10 anos

Sob um tecer de narrativas, mais próximas do que distantes, as ruas brasileiras serão percorridas de Manaus ao Cariri, dos arredores do Planalto Central, à luta de identidade do povo Kalunga. Sair dos que os tornam invisível, à busca de identidade e pertencimento.

Ruído
(dir. Diogo Leite, João Catolé e Júlia Kuner, Manaus-AM, 2022, 13 min, livre)
Três habitantes de Manaus, três crônicas sobre o ruído que produz o desejo (e a luta) para fazer parte, pertencer.

Marta Kalunga
(dir. Lucinete Morais, Marta Kalunga, Thaynara Rezende, Cavalcante-GO, 2022, 30 min, livre)
Conduzidos pelo corpo/território de Marta, vamos de encontro com sua história, sua busca pela valorização da memória e preservação da cultura Kalunga, entremeadas por seu tear e dança da Sussa.

Fôlego vivo
(dir. Assoc. Dos Índios Cariris do Poço Dantas, Crato-CE, 2021, 25 min, livre)
Uma comunidade indígena do povo kariri, situada na Chapada do Araripe (zona rural do Crato/CE), reflete acerca da água: o mito indígena de recriação do mundo junto com as águas contra o mito desenvolvimentista capitalista de controle das águas e das corpas humanas e não humanas que habitam o Rio São Francisco (Opará).

Tempo de derruba
(dir. Gabriela Daldegan e João Vasconcelos, Brasília-DF, 2021, 30 min, 10 anos)
A 1km do Congresso, do STF e do Palácio Presidencial, cerca de 34 famílias vivem na Ocupação CCBB, desde a década de 1980 – sempre na luta por moradia digna. Em meio à crise sanitária nacional e à pandemia global da covid-19, o governo promove sucessivos despejos considerados ilegais em razão da Lei Distrital nº 6657/2020, de agosto de 2020. O Estado, que deveria prestar assistência à população vulnerável, destrói todos os barracos e a Escola do Cerrado, construída e mantida por ativistas voluntários. Além disso, viola o direito à moradia, saúde e educação das famílias e as impede de exercer a profissão de catadoras de materiais recicláveis. Vindos de longas trajetórias de luta e resistência em um país que os invisibilizam, os moradores contam suas trajetórias, rascunham seus sonhos e denunciam a crueldade do Estado.

16.12, sexta, às 17h

PROGRAMA 2
Duração 86 min
Classificação indicativa 16 anos

O fogo carrega símbolos, simultâneos e nem sempre dissociáveis: amedrontar, impactar, renascer. Performar algo que já foi motivo de pesadelo como uma nova postura diante da vida pode ser se entender em novos espaços e lugares e com novos comportamentos e identidade. De Goiás a São Paulo performar a tradição é reinventar o novo.

Privilégios
(dir. Daniel Favaretto, São Paulo-SP, 2022, 34 min, livre)
Antes tínhamos pesadelos com a Aids. Hoje escolhemos sonhar. Este documentário convida pessoas que convivem com HIV a selecionarem memórias para reviverem performaticamente como um sonho.

Memórias do fogo
(dir. Rita de Cássia, Leandro Olímpio e Irineu Cruzeiro Neto, Serra-ES; São Vicente-SP; João Pessoa-PB, 2022, 8 min, livre)
Para muitos povos indígenas, nem sempre o fogo pode ser dominado. Atravessando uma história marcada por fascínio, cobiça, destruição e revolta, o fogo se inscreve nas lutas dos povos oprimidos de todo o mundo. O que resta depois que tudo vira cinzas?

Capim-navalha
(dir. Michel Queiroz, Alto Paraíso de Goiás-GO, 2021, 17 min, 16 anos)
“Capim-navalha” é sobre pessoas transvestigêneres que vivem, habitam e “re-existem” na Chapada dos Veadeiros, no interior de Goiás. Os protagonistas são Gustavo e Gaé, homens trans que abrem sua vida e pele aos olhos da câmera.

Estação São Bento hip-hop
(dir. Brenner Cássio, São Paulo-SP, 2022, 27 min, livre)
O hip-hop surge na década de 1970 nos Estados Unidos, mais precisamente no bairro do Bronx, em Nova York, constituído pela população de imigrantes jamaicanos e porto-riquenhos em conjunto com afro-estadunidenses. Em cada país, o movimento adquiriu uma linguagem própria, de acordo com a realidade ali existente. Não é diferente quando o hip-hop chega ao Brasil, durante os anos 1980, por meio de revistas, filmes e discos vendidos na cidade de São Paulo. A movimentação começa com o encontro entre jovens na rua 24 de Maio, para praticar o breakdance. Todavia, devido a represálias policiais, esses tiveram que migrar para um local mais apropriado para a realização desses encontros.

16.12, sexta, às 19h

PROGRAMA 3
Duração 88 min
Classificação indicativa 16 anos

Identidade, profissão, desejo e renascimento. O olhar e a afetividade de mulheres que com as próprias histórias renascem e constroem novos caminhos. Novos afetos, novos olhares, novos amores.

Fogo baixo, alto astral
(dir. Helena Ignez, São Paulo-SP, 2021, 5 min, 14 anos)
Momentos de uma mulher em quarentena. Ao acordar dança ao som de blues, café da manhã em pé, sol, meditação. Textos políticos filosóficos sobre o momento. Afirma ser uma preciosidade… um ser humano.

Último domingo
(dir. Renan Barbosa Brandão e Joana Claude, Rio de Janeiro-RJ; Barra do Piraí-RJ, 2022, 18 min, livre)
A madrugada apresenta-se estranha, com prenúncio de mudança. Na manhã seguinte, Maria recebe uma visita misteriosa que a levará a ressignificar seu destino. Livremente inspirado em trecho do “O Evangelho segundo Jesus Cristo” de José Saramago.

O fim é o princípio
(dir. Antonio Fargoni, São Carlos-SP, 2021, 9 min, livre)
A ordem é desmatar, mas uma vida renasce ao caos.

Nervo errante
(dir. Bruno Badain, Santo André-SP, 2021, 13 min, 16 anos)
Valentina é ilustradora freelancer e precisa entregar um job com urgência para receber o pagamento e comprar seus medicamentos. Sem eles, Valentina sofre ataques de pânico e precisa segurar a cabeça no lugar enquanto conclui o trabalho.

O que os machos querem
(dir. Ana Dinniz, João Pessoa-PB, 2021, 9 min, 14 anos)
Na afiada ponta da faca, mulher prepara uma receita de picado que não está em nenhum livro de culinária.

Ausência
(dir. Alexia Araujo, Florianópolis-SC, 2021, 3 min, 12 anos)
Helena só sente a presença de uma coisa: a ausência de Marília.

Isso sempre acontece
(dir. Lara Koer, Florianópolis-SC, 2021, 14 min, 12 anos)
Ana é uma obstinada roteirista que, depois de escrever uma trágica morte, descobre que seus roteiros se tornam realidade. Seria só coincidência ou um imenso desejo íntimo de matar? Tem morte que liberta outros jeitos de viver.

Tiro de misericórdia
(dir. Augusto Barros, Belo Horizonte-MG, 2022, 17 min, 14 anos)
A luz do sol ilumina um casal na cama. Ao levantar-se, o rapaz evidencia seu embaraço diante de sua anfitriã. No correr do dia, a casa perde seu ar aconchegante, transformando-se em um templo solene. Ela sai da condição de amante para a de sacerdotisa. Ele, por sua vez, transforma seu embaraço em confissão.

17.12, sábado, às 14h

PROGRAMA 4
Duração 88 min
Classificação indicativa14 anos

O existir no espaço urbano ou rural pelo olhar sensível e rico de personagens que são também personalidades de suas próprias histórias e lugares. Do sertão nordestino à cidade concreto de São Paulo, filmes que são diários de um cotidiano.

A Deus querer
(dir. Mônica Mac Dowell, São Miguel do Gostoso-RN, 2022, 19 min, livre)
“A Deus querer” conta a história de Seu Dadá, personagem importante para a preservação da cultura e da memória da comunidade. Seu Dadá vive da criação do gado, do cultivo do roçado e da produção do mel e recolhe as colmeias de forma instintiva sem a proteção de roupas ou de luvas apropriadas. Ele conduz o rebanho ao longo dos pastos entoando um aboio de uma maneira peculiar pelas paisagens da região, onde o cenário semiárido do agreste se funde com as águas do litoral.

Nowhere
(dir. Thais de Almeida Prado e Flavia Couto, São Paulo-SP, 2020, 69 min, 14 anos)
“Nowhere” é um documentário que segue a vertente dos filmes-diário. O filme é composto pelo olhar autobiográfico de oito mulheres em relação às cidades onde vivem. Entre partidas e recomeços, ser estrangeiro ou do lugar, o filme é um ensaio poético e um testemunho das experiências cotidianas, dos pequenos rituais, das angústias, das criações artísticas, da busca de um pertencimento. O filme-diário é narrado nos encontros e tensões entre as histórias e lugares que percorre.

17.12, sábado, às 16h

PROGRAMA 5
Duração 97 min
Classificação indicativa16 anos

Solidão, vingança e redenção. Conflitos e histórias que se cruzam, trazendo à tona a realidade de pessoas que estão em busca de respostas sobre si mesmas.

Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas
(dir. Pâmela Peregrino, Água Branca-AL; Paulo Afonso-BA; Porto Seguro-BA, 2021, 23 min, livre)
Uma criança nasce com folhas em seu corpo e sua mãe busca a cura. Na escola, porém, as outras crianças a discriminam e ela foge para mata! Na caatinga, encontra seres encantados de tradições indígenas e negras e caminha numa aventura de autoconhecimento. Sua busca a leva até Òsányìn, o Orisà das folhas, que apresenta o poder das plantas e a importância da preservação ambiental.

Todas as rotas noturnas conduzem ao alvorecer
(dir. Felipe André Silva, Recife-PE, 2022, 24 min, 16 anos)
Alexandre acabou de sair da prisão. Solitário e silencioso, ele encontra algum conforto na amizade com Robson, seu colega de trabalho.

Marreta
(dir. André Fidalgo, Sorocaba-SP, 2022, 30 min, 14 anos)
Um homem procura vingança, o outro, redenção. Os seus caminhos se cruzam no galpão poeirento de uma milícia local, onde 100 mil reais estão escondidos algures dentro.

Espectro
(dir. Thiago Rosestolato e Raul Paiva Mello, Rio de Janeiro-RJ, 2022, 20 min, 14 anos)
Fábio, um menino de 12 anos, descobre um poço dos desejos em uma floresta próxima a sua casa e, a partir dele, inicia uma série de encontros misteriosos com o seu falecido pai.

17.12, sábado, às 18h

PROGRAMA 6
Duração 89 min
Classificação indicativa 16 anos

Problemáticas sociais em foco. De grandes centros a narrativas mais intimistas, a sobrevivência social e a luta pela identidade permeiam os filmes que compõem o programa.

Mas eu não sou alguém?
(dir. Daniel Eduardo de Souza e Gabriel Duarte, São Paulo-SP, 2021, 13 min, livre)
Em uma favela brasileira, uma criança de nove anos tenta entender a si mesma e o universo onde vive. Através de aventuras com seus amigos e parentes, Antônio vive as maravilhas e perigos do lugar onde nasceu.

Lindos de morrer
(dir. Catharina Felix, Rio de Janeiro-RJ, 2020, 15 min, 12 anos)
“Lindos de morrer” é um documentário sobre a importância da beleza até após a morte. Misturando ficção e realidade, o filme aborda o mundo dos maquiadores de cadáver, dos cemitérios e de um casal que precisa pensar como seriam seus próprios funerais. Um assunto delicado, mas inevitável. A morte faz parte da vida e a necessidade de estar bonito também. E, em muitos casos, se apresentar de forma bonita é mais importante que estar vivo. Na nossa sociedade, se arrumar é um ato de amor, carinho e atenção. O documentário procura entender esse universo e os sentimentos que afloram quando se pensa na morte, tentando evidenciar a estranheza dessas tradições.

A morte branca do feiticeiro negro
(dir. Rodrigo Ribeiro-Andrade, Florianópolis-SC, 2020, 10 min, 12 anos)
Memórias do passado escravista brasileiro transbordam em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Através de um poético ensaio visual, uma reflexão sobre silenciamento e invisibilização do povo preto em diáspora, numa jornada íntima e sensorial.

4 bilhões de infinitos
(dir. Marco Antonio Pereira, Cordisburgo-MG, 2021, 15 min, livre)
Brasil, 2020. Uma família vive com a energia de casa cortada. Enquanto a mãe trabalha, seus filhos ficam em casa e conversam sobre ter esperança.

Abscesso
(dir. Bianca Iatallese, São Paulo-SP, 2022, 16 min, livre)
O curta-metragem conta a história de João, um jovem da comunidade Heliópolis (maior favela de São Paulo) que denuncia em forma de poesia slam, as mazelas de seu dia a dia durante a pandemia como trabalhador de uma classe constantemente marginalizada: os coletores de lixo.

Estas lápides onde habitamos
(dir. Ana Machado e Vitor Artese, São Paulo-SP, 2021, 20 min, 16 anos)
O filme acompanha a rotina acelerada de um entregador em São Paulo que tenta balancear sua vida profissional com sua vida social e familiar. Seu contexto permite apenas lidar com questões através de áudios de WhatsApp, enquanto percorre a cidade para fazer entregas. Em seu percurso, encontra com outras pessoas, ligadas sempre por um desejo em comum: um respiro em meio ao caos de uma cidade de concreto.

Governo do Estado de SP