A partir da concepção da teoria crítica, o curso tem como objetivo geral conceituar, expor e comentar as relações entre a emergência do fenômeno social e estético da moda com as noções e categorias de modernidade, pós-modernidade, a sociedade de consumo e a formação individualidade, a moda como arte no contexto capitalista e a produção de imaginário coletivo por meio da circulação e difusão das imagens (editoriais, campanhas, fashion films, desfiles e vitrines), além de apresentar as diversas concepções de corpos e belezas na história da moda.  

Módulo I – Moda e imagem    

Desde o advento do modernismo no começo do século XX, a moda se utiliza da criação de imagens como narrativas que definem os modos de vida, as gestualidades e as concepções de belezas e de corpos. Deste modo, editoriais, campanhas e fashions films ultrapassam a ideia da divulgação das coleções, mas também contam histórias que provocam o desejo. Na atual sociedade do hiperconsumo, a moda, ao organizar socialmente a cultura da aparência, produz o que o filósofo Walter Benjamin nomeou como “imagens de desejos, de sonhos e utopias”. O objetivo geral é analisar as relações históricas e conceituais entre a moda e a imagem, suas características e seus significados. Sem perder de vista a atualidade do presente, trata-se de compreender a imagem como definidora de linguagens artísticas e de comunicação. Capaz de provocar a construção estética do indivíduo e da sociedade, a imagem ultrapassa o papel de mediadora entre a realidade e a imaginação, mas, ao contrário, confunde a realidade como pura fantasia.   

Aula 1 | As noções de imagem, imaginação e imaginário   

Aula 2 | O consumo moderno como produtor de “imagens de desejos, sonhos e utopias”   

Aula 3 | A imagem de moda como método de conhecimento para o processo criativo   

Aula 4 | As imagens como fetichismos visuais e fantasmagorias na atual sociedade do espetáculo   

Aula 5 | A história da fotografia de moda 

Aula 6 | A estética do liso e a estética do estranhamento nas imagens de moda  

Aula 7 | Quais as imagens de moda do futuro?  

Aula 8 | Considerações finais e conversa com a turma  

Módulo II – Moda e arte    

Durante o começo do século XX, o modernismo nas artes não apenas rompeu com a antiga concepção do fazer artístico herdado da tradição clássica, como propôs a diluição da separação entre a arte e a vida. Pelas propostas de objetos de design e de moda, os movimentos de vanguardas aproximaram a arte do cotidiano. Nesse aspecto, trata-se também de conceber o modernismo como a busca da construção de novas formas artísticas e a ruptura entre as fronteiras nas diversas linguagens estéticas. O objetivo é expor e conceituar as concepções estético-políticas das propostas de designers modernistas em movimentos artísticos como o art nouveau, art déco, cubismo, suprematismo russo, futurismo italiano, dadaísmo de Zurique, surrealismo francês, fauvismo e neoplasticismo, para apontar seus possíveis diálogos, desdobramentos e diferenças nos modernismos do design de moda, a partir dos trabalhos de criadores como Paul Poiret, Jacques Doucet, Coco Chanel, Elsa Schiaparelli, Jean Patou, Jeanne Lanvin, Madeleine Vionnet, entre outros.   

Aula 1 | A moda e os conceitos de modernidade, modernização, moderno e modernismo 

Aula 2 | O corpo, a realidade e a natureza nas pinturas representativas e abstratas   

Aula 3 | O problema das formas na moda no design, na literatura e na pintura   

Aula 4 | O problema das formas na moda no design, na poesia e na dança  

Aula 5 | A arte na vida: as propostas de objetos de moda e designs nos movimentos de vanguardas  

Aula 6 | A arte na vida: as propostas de objetos de designs nos movimentos de vanguardas 

Aula 7 | “Roupa de artista”: o design de moda como aproximação da arte no cotidiano 

Aula 8 | Considerações finais e conversa com a turma  

Módulo III – Moda e corpo    

Desde a tradição de pensamento do mundo antigo, filósofos afirmam que habitamos o mundo pelo modo como habitamos os nossos corpos. Se na Antiguidade Clássica e na Renascença, o corpo fora concebido como beleza matemática (proporção, simetria, harmonia e ordem), no mundo moderno – a partir do advento das vanguardas modernistas do século XX –, artistas e criadores de moda propuseram a reinvenção das formas do corpo. A partir desse contexto de época, o corpo torna-se fragmentado e decomposto. Cabe ao artista propor novas perspectivas de belezas e concepções de corpos. Desta maneira, o objetivo é traçar uma breve história do corpo e sua representação iconográfica, na Antiguidade, na Idade Média e na Renascença, ressaltando suas diferenças a partir do modo como pintores, escultores, poetas, escritores e costureiros/estilistas ressignificaram e reinventaram a noção de corpo/corporeidade como tópico fundamental para o modernismo nas artes e na moda.   

Aula 1 | O corpo na iconografia da Antiguidade Clássica, na Idade Média e na Renascença  

Aula 2 | O corpo na história da moda   

Aula 3 | A fragmentação e a decomposição do corpo na modernidade do século XIX   

Aula 4 | A fragmentação e a decomposição do corpo na modernidade do século XX 

Aula 5 | O corpo na pintura, escultura, poesia e literatura do século XX  

Aula 6 | A reinvenção das formas: o corpo no design e na moda modernistas do século XX  

Aula 7 | Moda e as diversas concepções de corpos  

Aula 8 | Considerações finais e conversa com a turma

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