MIS

Museu da Imagem e do Som

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Hors Pistes São Paulo

O MIS, em parceria com o Centre Pompidou de Paris, apresenta a segunda edição do Hors Pistes São Paulo, com curadoria de Marie Hippenmeier. Focado na produção de cinema e vídeo, o festival reúne desde 2006, em Paris, produções que fogem das linguagens convencionais do cinema. Ingresso gratuito, conheça a programação.

Data

15/11/2013 a 17/11/2013

Horários

Confira os horários na programação ao lado

Consulte o site oficial do festival: www.horspistes-sp.com

O MIS, em parceria com o Centre Pompidou de Paris, apresenta a segunda edição do Hors Pistes São Paulo, com curadoria de Marie Hippenmeyer. Focado na produção de cinema e vídeo, o festival reúne desde 2006, em Paris, produções que fogem das linguagens convencionais do cinema.

A mostra é uma manifestação pluridisciplinar dedicada à exploração das novas práticas da imagem em movimento na criação contemporânea. Entre os títulos, destaque para a exibição de Leviathan, de Véréna Paravel e Lucien Castaing-Taylor (EUA, 2012) e Il Capo, de Yuri Ancarani, (Itália, 2010). 

Conheça a programação completa:

15 de novembro, sexta

16h – Programa Raphaël Grisey
O artista francês Raphaël Grisey inscreve cada uma de seus filmes em um contexto territorial e humano particular. Seus filmes investigam, descobrem lugares, produzem documentos. Ele próprio se envolve nas histórias que interroga, ao dialogar com uma história política e militante do cinema; ele trabalha esse aspecto com igual requinte e afirmação, e é certamente isso que faz a riqueza de seu trabalho. A sessão reúne seus dois últimos trabalhos. Legendas em português.
 
A Mãe  (França / 2012 / 39 min/livre)
“A mãe” é um retrato cinematográfico do maior mercado de alimentação da América do Sul, o CEASA de São Paulo. No coração dessa efervescência de intercâmbio capitalista agroindustrial, o filme se encarrega da diferença: ele questiona os trabalhadores imigrantes, suas condições de trabalho, suas histórias e seus gestos. O que deixaram para trás? O que ainda podem compartilhar após este trabalho extenuante?
 
The Exchange Of Perspective is a Dangerous Game  (França / 2011 / 33 min/livre)
Uma fazenda nos arredores da cidade de Wuhan, na província de Hubei, China, e um apartamento no antigo bairro colonial francês: o filme nos leva a comparar duas cenas, duas situações. Uma conta um drama familiar vinculado à política de expropriação vigente durante a Revolução Cultural, enquanto uma mulher visita o apartamento em que passou a infância. A outra evoca a expansão da cidade atual e a especulação imobiliária que está acontecendo nas terras dos fazendeiros, dos carvoeiros…
 
17h30 – Programa Denis Savary
Escultor, diretor de vídeos, fotógrafo, desenhista e também curador, erudito em história da arte, o artista suíço Denis Savary reúne para Hors Pistes São Paulo, com exclusividade, alguns de seus filmes. Cada um deles consiste em um plano fixo: um plano-sequência em que se incluem personagens em uma única ação em tempo real. Portanto, há uma contenção de recursos e, sobretudo, muito humor: essas cenas, que não sabemos se foram encenadas ou não, jogam o tempo todo com sua própria incongruidade, com a falta de destreza e a condição humana. Legendas em português.
 
Dessins Animés (trechos de LE BOURDON e BOBIGNY) (Suíça / 2004-2007 e 2010 / 7 min/livre)
Pequenas personagens passeiam por folhas de papel.        

Les Charlots (Suíça / 1994-2003 /3 min/livre)
Noite de ginástica anual.
 
La Courtisane (Suíça / 2003 / 2 min/livre)
Um tocador de viela de roda e um grupo de motoqueiros em uma pedreira.
 
Brît (Suíça / 2004 / 6 min/livre)
Um trompetista em estradas do campo.
 
Belvédère (Suíça / 2005 / 13 min/livre)
Brincadeira na água
 
Brûlis (Suíça / 2003 / 1 min/livre)
O vizinho de seus pais põe fogo no seu talude.
 
La Diane (trechos) (Suíça / 2004 / 8 min/livre)
A fanfarra de Granges-Marnand.
 
Claude (Suíça / 2005 / 7 min/livre)
A rodagem de um filme nas grutas de Vallorbe.
 
Saint-martin (Suíça / 2006 / 6 min/livre)
A subida da torre Saint-Martin.
 
Rumine (Suíça / 2007 / 6 min/livre)
Na frente do Museu de Belas-Artes
 
Les Sapins (Suíça / 2007 / 2 min/livre)
Estação de metrô Franklin-Roosevelt.
 
Pégase (Suíça / 2009 / 2 min/livre)
Travessia do lago gelado de bicicleta.
 
Venise (Suíça / 2012 / 10 min/livre)
Em uma gôndola em Veneza. 
 
19h – Performance Abertura
Alessandra Domingues + Guizado + Karina Buhr
 
20h – Programa Vérena Paravel e Lucien Castaing-Taylor
Véréna Paravel (França) e Lucien Castaing-Taylor (Grã-Bretanha), ambos diretores, artistas e antropólogos, trabalham no laboratório de etnografia sensorial de Harvard (EUA). Os trabalhos de cada um deles foram mostrados mundo afora, tanto em museus quanto em festivais. Frequentemente próximos das práticas documentárias, a visão deles se resume perfeitamente nesta frase de Lucien Castaing-Taylor: “Se a vida é confusa e imprevisível e se o documentário é uma reflexão sobre a vida, também ele não deveria ser digressivo e totalmente aberto?”. Com “Leviathan”, a experiência se torna ainda mais radical. Legendas em português.
 
Leviathan (EUA / 2012 / 87 min/livre)
Nas próprias águas em que Melville imaginou a caça a Moby Dick, “Leviathan” flagra o brutal encontro entre o homem, o mar e a máquina. Inteiramente realizado em um barco, o filme desenha o retrato bruto de uma das mais antigas atividades da humanidade, isto é, a pesca em alto-mar. Aqui, cerca de doze câmeras no meio da tempestade, constantemente lançadas fora de bordo, mergulhadas nas águas negras, presas ao barco, permitiram captar vistas desumanas, magistrais. Os diretores não realizam apenas um documentário sobre a pesca comercial no Atlântico Norte. Trata-se mais de uma experiência que mescla pesadelos, imagens de vísceras de peixes e lembranças literárias do que do cotidiano de homens esgotados pelo trabalho. Uma impressionante performance.
 
21h30 – Programa Camille Henrot
Antes de tudo conhecido por seus filmes de animação, que mesclam desenho, música e imagens cinematográficas, às vezes raspadas ou retrabalhadas, o trabalho da artista francesa Camille Henrot confunde as categorias da história da arte. Suas últimas obras, sob a forma de esculturas, desenhos, fotografias e ainda filmes, tratam do fascínio provocados pelo outro (geográfico e também sexual), fascínio representado nos mitos populares modernos (como aquele de King Kong ou de Frankenstein) em que Camille Henrot busca sua inspiração. Legendas em português.
 
Coupé/Décalé (França / 2011 / 5 min / livre)
Este filme documenta um ritual organizado para os turistas e que suspostamente seria um rito de passagem à idade adulta na Melanésia. Esse espetáculo inspirou aos neozelandeses a ideia do salto com elástico. Por meio de um curioso efeito de vaivém, o salto com elástico – reprodução ocidental dessa tradição – condiciona a forma “destinada aos ocidentais” do próprio ritual. Cindido manualmente, no sentido literal e figurado, “Coupé/Décalé” aborda essa mecânica do mimetismo, em que o que está sendo copiado não é uma forma cultural em si, porém a ideia que dela se faz.
 
Le Song De Poliphile (França / 2011 / 11 min / livre)
Inspirado nesta proposta de Carl Jung: a Índia é “um país como o dos sonhos”, o filme entrelaça a relação entre sequências de atividades humanas (uma peregrinação, a fabricação de um ansiolítico, a extração de veneno de serpente), todas vinculadas a estratégias de defesa do homem contra o medo. Aqui, a serpente, símbolo ambivalente tanto no Oriente quanto no Ocidente, ao mesmo tempo perigosa e profilática, encarna a pulsão de vida e de criação indissociável do medo. O filme foi realizado mediante um convite do Centre Pompidou no contexto da exposição Paris-Delhi-Bombay (abril de 2011).
 
Million Dollars Point (França / 2011 / 6 min/livre)
Million Dollars Point é o nome de um local de mergulho na ilha de Santo, Melanésia, e que se tornou cemitério de material militar abandonado pelo exército americano após a Segunda Guerra Mundial. O nome vem da quantia que os autóctones ofereceram para o resgate do material. O filme relaciona as imagens desse campo de batalha submarino com imagens de um videoclipe local em que um francês de bigode canta e dança em uma praia, cercado por polinésias.
 
Cynopolis (França / 2009 / 13 min/livre)
Este filme, rodado no Egito em super-8 e em vídeo, relaciona uma matilha de cães errantes, o desfilar dos turistas, as escavações arqueológicas no sítio de Saqqarah, famoso por abrigar a primeira pirâmide egípcia, com os gestos de uma mulher que separa lixo em uma favela do Cairo. O conjunto se parece com antigas lembranças turísticas. Entretanto, as imagens em vídeo se encaixam no movimento, amenizando o efeito de temporalidade induzido pela técnica e natureza da imagem.
 
Film Spatial (França / 2007 / 15 min/livre)
“Film Spatial” explora o apartamento do arquiteto e urbanista Yona Friedman de um ponto de vista errático, que poderia ser o do cachorro, Baltkis, personagem-chave do universo de Friedman. É precisamente uma intuição do que poderia ser esse universo, repleto de mistério e de oscilações, que o filme parece nos mostrar.
 
Deep Inside (França / 2005 / 7 min/18 anos)
“Deep Inside” usa como suporte um filme pornográfico para transformá-lo em passeio melancólico pelos tormentos da paixão amorosa.
 
Dying Living Woman (França / 2005 / 6 min/livre)
Camille Henrot escolheu a primeira sequência do filme "A noite dos mortos-vivos" de George A. Romero, uma perseguição em que uma personagem feminina foge de um exército de mortos-vivos. A vítima, apagada imagem por imagem, transforma-se em fantasma, para escapar dos exterminadores e de seu mortal destino.
 
SCOpe (França / 2005 / 3 min/livre)
A partir do filme épico italiano "Le sette fatiche di Ali Babà", “sCOpe” é baseado na teoria do formato CinemaScope: a visão panorâmica é absorvida por uma anamorfose vertical que encolhe o filme até que ele desapareça.
 
16 de novembro, sábado
 
16h – Programa Vérena Paravel e Lucien Castaing-Taylor. 
(sinopse acima)
 
17h30 – Programa Raphaël Grisey
(sinopse acima)
 
19h – Hors Pistes + Dança no MIS
 
20h – Programa Yuri Ancarani + Zapruder
Yuri Ancarani
Cineasta e artista italiano, professor de videoarte em Milão, acaba de finalizar a trilogia que vem desenvolvendo há vários anos. Cada um dos filmes que a compõem é dedicado a uma profissão que ele erige em um ato de beleza e coragem. Os trabalhadores desenham uma coreografia precisa. Seu meio ambiente, seja extremamente modernizado e tecnológico ou natural e mecânico, é tratado da mesma maneira: a câmera destaca as formas apuradas; planos brutos, sem diálogos, como se ele procurasse alcançar a essência da ação humana. Hors Pistes São Paulo apresenta em exclusividade dois filmes dessa trilogia. Legendas em português.

Il Capo (Itália / 2010 / 15 min/livre)
Em Carrara, na pedreira de mármore, homens e máquinas cavam a montanha. “Il capo”, o chefe, guia a todos com linguagem apenas de gestos e sinais. O filme o transforma em maestro desmedido, o demiurgo de um mundo de escavadoras e de rochas que o obedecem à risca.
 
Piattaforma Luna (Itália / 2011 / 25 min/livre)
Especializados nas operações em águas profundas, seis mergulhadores vivem durante três semanas no fundo do oceano trabalhando na plataforma “Lua”. O filme – o primeiro produzido por Maurizio Cattelan – retrata este enclausuramento. Os planos lembram os de um filme de ficção científica e as tecnologias do fundo do mar se assemelham às dos foguetes. Compartilham da mesma estética branca de formas curvas. Os gestos são diferentes dos gestos em terra, e cada homem está encarregado de uma perigosa missão.

Zapruder
Zapruder é um grupo de cineastas independentes italianos envolvidos na produção de filmes de baixo orçamento. Fundado em 2000 por David Zamagni, Nadia Ranocchi e Monaldo Moretti, o nome do coletivo se refere a Abraham Zapruder, fabricante de roupas femininas de Dallas que filmou o assassinato de John F. Kennedy com sua câmera amadora. Legendas em português.
 
I Topi Lasciano La Nave (Itália / 2012 / 30 min/livre)
Entre reality show e documentário, David Zamagni e Nadia Ranocchi encenam uma maratona de dança cujo prêmio é uma quantia em dinheiro vivo para o último casal de pé. As regras do concurso procuram esvaziar o quadro aos poucos, enquanto o ponto de vista é o do franco-atirador, do infiltrado, do observador por excelência. Legendas em português.
 
21h30 – Programa Sarah Vanagt e Katrien Vermeire 
A artista belga Sarah Vanagt pratica o vídeo e a instalação de forma intensa. Seu trabalho é permeado pela história e seus conflitos, preferindo o indizível, os inconscientes e os não ditos ao fatual. Sua conterrânea Katrien Vermeire, codiretora de “The Wave”, é fotógrafa. Fez notadamente uma série de fotografias de vaga-lumes, em que retratou pela imagem a magia de seu voo. Legendas em inglês.
 
The Wave (Bélgica / 2012 / 20 min / 14 anos)
Animação feita em stop motion (quadro a quadro) a partir de fotografias da escavação de um ossário da Guerra Civil Espanhola. As artistas usam imagens da terra, de suas “camadas geológicas” que são a “história interna” dos eventos, como escreveu Deleuze a respeito dos filmes de Straub e Huillet.
 
Little Figures (Bélgica / 2003 / 15 min / livre)
Bruxelas. Três estatuas de outrora – um rei, uma rainha, um cavaleiro – conversam com três crianças: uma refugiada ruandesa, um filipino e um marroquino.
 
First Elections (Bélgica / 2006 / 15 min / livre)
As crianças de Goma (República Democrática do Congo) distribuem entre si os papéis dos adultos e brincam de presidente, de oposição política, de Capacetes Azuis (ONU)…
 
History Lesson (Bélgica / 2003 / 15 min / livre) 
Sarah Vanagt filma uma aula de história perto do lago Kivu, em Ruanda. A maior parte das crianças nasceu em 1994, ano zero de um novo calendário ruandês…
 
The Corridor (Bélgica / 2010 / 7 min / livre)
Um asno visita regularmente os pacientes de um lar de idosos, no contexto de um acompanhamento voluntário dos moradores. Encontro que pode se revelar um tanto perturbador.
 
17 de novembro, domingo 

16h – Programa Camille Henrot
(veja sinopse acima)
 
17h30 – Programa Yuri Ancarani + Zapruder
(veja sinopse acima)
 
19h – Programa Sarah Vanagt e Katrien Vermeire 
(veja sinopse acima)
 
20h – Programa Denis Savary
(veja sinopse acima)

 

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