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Museu da Imagem e do Som

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#MISemCASA | Ciclo de Cinema e Psicanálise | A Sun

Na primeira edição de maio, o programa que debate filmes à luz da psicanálise, debate sobre a premiada produção de Taiwan “A Sun”.

Data

11/05/2021

Horários

20h

Ingresso

Gratuito – online

Com interpretação em Libras 

A cada edição o Ciclo de Cinema e Psicanálise traz debate sobre um filme mediado por Luciana Saddi, coordenadora de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida. Na temporada #MISemCASA, as edições são quinzenais, e o público pode assistir ao filme antecipadamente em plataformas de streaming. 

Na primeira edição de maio, o programa que debate filmes à luz da psicanálise conduzido por Luciana Saddi, recebe a psicanalista Carmen C. Mion e a editora sênior da plataforma Shumian Talita Fernandes para falar sobre a premiada produção de Taiwan “A Sun” (dir. Chung Mong-Hong, Taiwan, 2019, 156 min, 16 anos, disponível na Netflix). O filme, que estreou na edição de 2019 do Festival Internacional de Cinema de Toronto, mostra as transformações da vida de uma família após a prisão do filho mais novo seguida de uma tragédia devastadora.  

Assista ao vivo no canal do MIS no YouTube.

Sobre as debatedoras

Carmen C. Mion é membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e da Federação Brasileira de Psicanálise, docente e supervisora do Instituto de Psicanálise da SBPSP e diretora presidente da SBPSP. Tem pós-graduação em Psiquiatria pelo Mental Health Clinical Research Center, Department of Psychiatry, University of Iowa Hospital, EUA, Formação Médica pela Faculdade de Medicina da USP, com residência e especialização em Neurologia pelo Hospital das Clinicas da FMUSP. É coordenadora do Grupo de Estudos sobre Formação Psicanalítica da Diretoria Científica da SBPSP. Tem trabalhos publicados na “Revista Brasileira de Psicanálise”, no “Jornal de Psicanálise” e no “International Journal of Psychoanalysis”. Atende em consultório particular desde 1980, onde também coordena grupos de estudo sobre a obra de Sigmund Freud, Wilfred Bion e grupos de supervisão.  

Talita Fernandes é editora sênior da plataforma Shumian, que discute as questões políticas, econômicas e culturais entre a China e a América Latina. Atualmente, mora em Pequim e estuda mandarim. Já foi repórter de política e economia da Folha de S.Paulo e passou por outras grandes redações, como Estadão, revista Época e Veja. 

Sobre o filme 

“A Sun”  (dir. Chung Mong-Hong, Taiwan, 2019, 156 min, 16 anos, disponível na Netflix)  

“A Sun”, drama familiar (Taiwan, de 2019), direção e roteiro de Chung Mong-Hong ganhou diversos prêmios, e é fácil entender o porque. Em síntese pode-se afirmar que a narrativa mostra as transformações que ocorrem numa família depois da prisão do filho mais novo seguida de uma tragédia devastadora. Os primeiros minutos chocam pela brutalidade da cena, que contrasta com moldura terna da trilha sonora, composta por Lin Sheng-Xiang. Contrastes como esse são uma das pricipais característica de A-Sun, obra, embora densa, realizada em clima leve, pontuada por momentos cômicos inesperados. 

A família Chen: o pai é instrutor de autoescola, a mãe, cabelereira e os filhos, A-Hao e A-Ho. O primeiro é o favorito e representa os ideais dos pais – a esperança da família – o bom moço gentil. O mais novo A-Ho é delinquente, na visão da família, não tem perspectiva de futuro. A partir dessas diferenças constata-se, aos poucos, como estão interligados os destinos dos jovens.  

Não é incomum na clínica psicanalítica configurações familiares com as características da família Chen. Um elemento da família é escolhido como bode expiatório, e arca, sozinho, com todo o peso e, sem recursos, naufraga. O outro é idealizado, e nem por isso tem destino mais feliz.  A-Sun não é um filme comum, ao contrário, explora tal configuração com maestria, de forma profunda e em detalhes psicológicos. Chung Mong-Hong constrói e apresenta os personagens lentamente, e nos faz acompanhar torrente de sofrimento e desespero, para depois, sem pressa, mas de forma surpreendente, expor as transformações. A famosa frase de Tolstoi é apropriadamente aplicada ao filme: “Todas as famílias felizes se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira.” Poucas famílias são capazes de superar tragédias e ver o sol brilhar novamente.  

Um dos pontos altos desse drama Shakespeariano, que fala de redenção, perdão e amor é a escolha das cores. O tratamento estético impecável nos justifica os prêmios de melhor fotografia. Os tons de azul e as cores mais escuras transmitem tristeza, desalento e melancolia. As dificuldades em se reerguer, da família arrasada, estabelecem contraponto à imagens com maior luminosidade. Trata-se do Sol, metáfora de luz e vida.  

O filme é envolvente, filosoficamente profundo, e explora inúmeros temas da psicanálise e da vida: culpa, reparação, perdão, responsabilidade, alteridade e amor. 

 

SOBRE O #MISEMCASA
A campanha #MISemCASA traz conteúdos em diferentes formatos em todas as plataformas digitais do MIS. A ação acontece em conjunto com o #Culturaemcasa, desenvolvido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, por conta da orientação do Centro de Contingência do Covid-19 – que determinou que os equipamentos culturais do Governo do Estado de São Paulo tenham seu funcionamento suspenso temporariamente. Conheça a ação #culturaemcasa: cultura.sp.gov.br/culturaemcasa/.

O MIS agradece aos patrocinadores e apoiadores da programação, que também apoiam a iniciativa digital #MISemCASA: Youse (patrocínio máster), Kapitalo Investimentos (patrocínio), Cielo (patrocínio), TozziniFreire Advogados (apoio institucional), Bain & Company (apoio institucional) e Telhanorte (apoio operacional).

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