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#MISemCASA | Ciclo de Cinema e Psicanálise | Druk – Mais uma rodada

O programa conduzido por Luciana Saddi recebe o psicanalista Osmar Luvison Pinto e o jornalista Vaguinaldo Marinheiro para falar sobre a produção dinamarquesa “Druk – Mais uma rodada”.

Data

22/06/2021

Horários

20h, ao vivo

Ingresso

Gratuito – online

Com interpretação em Libras 

A cada edição o Ciclo de Cinema e Psicanálise traz debate sobre um filme mediado por Luciana Saddi, coordenadora de Cinema e Psicanálise da Diretoria de Cultura e Comunidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Em seguida, o público pode participar com perguntas, integrando novas perspectivas sobre a obra discutida. Na temporada #MISemCASA, as edições são quinzenais, e o público pode assistir ao filme antecipadamente em plataformas de streaming. 

Na segunda edição de junho, o programa que debate filmes à luz da psicanálise conduzido por Luciana Saddi recebe o psicanalista Osmar Luvison Pinto e o jornalista Vaguinaldo Marinheiro para falar sobre a produção dinamarquesa vencedora do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2021 “Druk – Mais uma rodada” (dir. Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2020, 117 min, 16 anos, disponível na Net Now, Apple iTunes e Google Play Movies), que fala sobre quatro professores que testam a teoria de que a vida pode melhorar ao se manter um nível constante de álcool na corrente sanguínea. 

O filme é a retomada da parceria profissional do diretor Thomas Vinterberg e do ator Mads Mikkelsen anos após o sucesso do longa-metragem “A caça”. Além do Oscar de Melhor Filme Internacional, “Druk – Mais uma rodada” circulou por diversos festivais e mostras de cinema na temporada de premiações, entre eles o César, o BAFTA, o Globo de Ouro, além de encerrar a 44ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2020. 

Assista ao bate-papo vivo no canal do MIS no YouTube.

Sobre os debatedores

Osmar Luvison Pinto é psicólogo, psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Atuou por muitos anos na área de Educação como professor, diretor e supervisor institucional. É membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. 

Vaguinaldo Marinheiro é jornalista profissional desde 1989 e atuou em alguns dos principais meios de comunicação do país. Na Folha de S.Paulo, foi repórter, editor, secretário de redação e correspondente internacional, com sede em Londres. Participou de coberturas jornalísticas em vários países, com reportagens sobre política, economia e cultura, entre outros temas. Escreveu também críticas de cinema. Atualmente, é diretor do Estúdio Folha, ateliê de conteúdo patrocinado do jornal. 

Sobre a mediadora

Luciana Saddi é psicanalista e escritora. É membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, mestre em Psicologia pela PUCSP e diretora de Cultura e Comunidade da SBPSP (2017/2020). É autora de “Educação para a morte” (Ed. Patuá), coautora dos livros “Alcoolismo – série o que fazer?” (Ed. Blucher) e “Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso”. É fundadora do Grupo Corpo e Cultura e coordenadora do programa de cinema e psicanálise da diretoria de cultura e comunidade da SBPSP em parceria com o MIS e a Folha de S.Paulo. 

Sobre o filme

Druk – Mais uma rodada  (dir. Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2020, 117 min, 16 anos) 

Com problemas em suas vidas, quatro professores testam a teoria de que, ao manter um nível constante de álcool em suas correntes sanguíneas, a vida irá melhorar. De um início promissor, logo eles percebem que as coisas não são simples como parecem. 

Druk, deThomas Vinterberg, narra a história de quatro amigos que decidem se manter em constante estado moderado de embriagues com base em resultado de uma pesquisa que apontava os benefícios do álcool para sentir segurança e felicidade. Pretendem que  seja experiência psicológica; adotam método para mensurar desempenho no trabalho e nas relações afetivas quando sob efeito da droga. Embora o ambiente seja de investigação cientifica está claro que o álcool é usado como medicação para alivio do tédio e depressão.  

Ao perceberem sonhos não realizados da adolescência, perda da onipotência característica da juventude, não encontram mais sentido em suas vidas. O desinvestimento libidinal no Eu e no mundo são centrais na narrativa. A bebida, então, se torna bálsamo para constante estado de impotência e rendição, fuga diante de obstáculos e frustrações variadas.  E, como não poderia deixar de ocorrer, os personagens esvaziados e, sobretudo permanentemente embriagados, perdem o controle da experiência. Instala-se tolerância cada vez maior à droga que pede aumento da quantidade e frequência para obter o mesmo bem-estar do início do experimento. Surgem crises de abstinência, torpor, rebaixamento de consciência, estados confusionais, amnesia alcoólica, agressividade, além de prejuízos profissionais e familiares. Vinterberg transforma homens tristes e infantis em alcoolistas. Mostra que a ingestão de álcool, nas primeiras doses, libera a censura e suspende a repressão – traz euforia. Com a língua solta e afetos livres homens vulneráveis, melancólicos e nostálgicos se sentem fortes, potentes, criativos e engraçados.  

A hipótese principal proposta pelo filme, questão filosófica e existencial, sobre a impossível felicidade, se encontra em inúmeras formulações freudianas reunidas em O mal-estar na civilização (1929). Diante da inevitável dificuldade para se obter alguma felicidade na vida – atingir o prazer e evitar a dor, objetivo por excelência do princípio de prazer – resta aos homens o sucedâneo químico de embriagues e torpor anestésico por intoxicação. Nas palavras de Freud: “ O serviço dos narcóticos na luta pela felicidade e no afastamento da miséria é tão valorizado como benefício, que tanto indivíduos como povos lhes reservaram um sólido lugar em sua economia libidinal. A eles se deve não só o ganho imediato de prazer, mas também uma parcela muito desejada de independência em relação ao mundo externo.” Druk corrobora a tese freudiana de que a civilização impõe aos homens alta carga de coerção pulsional. Repressão sexual e renúncia da agressividade cobram preço elevado demais de ser suportado. O desenvolvimento cultural e tecnológico produz, em antítese, permanente mal-estar. 

SOBRE O #MISEMCASA
A campanha #MISemCASA traz conteúdos em diferentes formatos em todas as plataformas digitais do MIS. A ação acontece em conjunto com o #Culturaemcasa, desenvolvido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, por conta da orientação do Centro de Contingência do Covid-19 – que determinou que os equipamentos culturais do Governo do Estado de São Paulo tenham seu funcionamento suspenso temporariamente. Conheça a ação #culturaemcasa: cultura.sp.gov.br/culturaemcasa/.

O MIS agradece aos patrocinadores e apoiadores da programação, que também apoiam a iniciativa digital #MISemCASA: Kapitalo Investimentos (patrocínio), Cielo (patrocínio), TozziniFreire Advogados (apoio institucional), Bain & Company (apoio institucional) e Telhanorte (apoio operacional).

Governo do Estado de SP