Data
22/05/2010 a 23/05/2010
Horários
Confira os horários na programação ao lado.
Fruto de parceria com o Istituto Italiano di Cultura, e promovida pela Cinecittà/Filmitalia, a mostra cinematográfica La Meglio Gioventù apresenta cinco longas-metragens italianos realizados a partir dos anos 2000. Alessandro Angelini, Alessandro Piva, Paolo Sorrentino, Saverio Costanzo e Vincenzo Marra foram selecionados pelo crítico de cinema italiano Fabio Ferzetti para esta mostra, que fez um recorte da produção da nova geração de cineastas italianos. O título da mostra, La Meglio Gioventù [A melhor Juventude], faz referência ao aclamado filme dirigido por Marco Tullio Giordana e foi pensado para indicar a força dessa jovem geração que se projeta no panorama internacional e cria um ambiente semelhante ao movimento cinematográfico italiano da década de 50.
Programação
22 de maio, sábado
18h: L’aria salata (Itália, 2006, Dir.: Alessandro Angelini, 85 min)
Fabio (Giorgio Pasotti) trabalha numa prisão como educador. Todo dia, ele enfrenta, com boas maneiras, os rostos marcados e as explosões de raiva dos prisioneiros que vão falar com ele e se esforça para fazer-lhes encontrar o caminho certo, que os leve a uma licença ou a um desconto na pena. Um dia, um colega lhe entrega o caso de um indivíduo que acabou de ser transferido de outra penitenciária: Luigi Sparti, assassino, atrás das grades há vinte anos. O que nem o colega nem o prisioneiro sabem é que Sparti (Colangeli) é o pai de Fabio (Pasotti), sumido há décadas para cumprir a pena, enquanto sua família, fora da prisão, acaba igualmente condenada a uma vida marcada pelo seu gesto. Trata-se da difícil tentativa de aproximação num ambiente que sugere um círculo vicioso que não deixa escapatória.
Sobre Alessandro Angelini
Trabalhou como fotorrepórter free-lancer para várias agências antes de começar sua carreira como assistente de direção. Colaborou com autores como Nanni Moretti, Mimmo Calopresti e Francesca Comencini. Com Ragazzi del Ghana ganhou a primeira edição do concurso Doc, no Torino Film Festival 2000, e, com La flor mas linda de mi querer, recebeu uma menção especial UNICEF no Prêmio RIFF 2003. L’aria salata competiu no Festival Internacional de Cinema de Roma.
20h: Texas (Itália, 2005, Dir.: Fausto Paravidino, 105 min)
Os personagens de Texas entrelaçam suas histórias numa pequena e afastada província italiana localizada no interior do Piemonte. Mas quem são os novos pioneiros desta fronteira indefinida que se parece sempre mais com uma “terra de ninguém”, um “não lugar” uniforme e desolado feito de shoppings centers, autos de corrida, curtição e solidão? São os netos de Fenoglio e os filhos do consumismo; são os baladeiros do sábado à noite. O que certamente não podia faltar em Texas era o final épico, com um movimento de câmera que abraça o horizonte nevado da fronteira da província, além do qual sonham fugir os dois rapazes que descem a montanha entre as videiras, com a neve até os joelhos e uma garrafa na mão. Mas na Itália não se foge da província, a não ser para chegar naquela província um pouco maior que alguns chamam de cidade.
Sobre Fausto Paravidino
Começou a trabalhar com teatro em 1990, aos 14 anos, e realizou diversas peças como ator e diretor. Em 2005, com Iris Fusetti e Carlo Orlando escreveu, interpretou e dirigiu Texas. O filme foi exibido no Festival de Veneza, e Paravidino foi indicado ao prêmio David di Donatello 2006 como melhor diretor estreante. Em 2006, foi nomeado diretor artístico da Mostra Teatral Épico de Rocca Grimalda e, em 2007, atuou em Signorinaeffe, de Wilma Labate, filme sobre a crise da Fiat dos anos 1980.
23 de maio, domingo
16h: Private [Violação de Domicílio] (Itália, 2004, Dir.: Saverio Costanzo, 90 min)
Baseado em uma história real, o filme narra a história de uma família palestina cuja casa, situada entre um assentamento israelense e um povoado palestino, é ocupada por um grupo de soldados israelenses. Mohammad, o pai, professor de literatura inglesa, é obrigado pelos soldados a deixar a própria casa com a mulher e os filhos, ao que se opõe firmemente. Perder a casa significaria perder a dignidade e entrar para sempre na espiral de ódio que envolve grande parte do país. Inicia-se, assim, uma convivência muito tensa. A partir do pôr-do-sol, os jovens militares ocupam todo o andar superior da casa, obrigando a família a passar a noite no salão térreo. Entre os familiares, cria-se ainda uma clara divisão entre quem quer resistir duramente, como o pai, e quem não mais suporta a situação e quer voltar à vida normal.
Sobre Saverio Costanzo
Formou-se em sociologia das comunicações e começou a trabalhar como radialista. Em 1997, escreveu o roteiro do curta Il Numero e do telefilme Una famiglia per caso. Em 1998, trabalhou em Nova Iorque como assistente de direção do diretor suíço Reiro Kaduff em The Business of Death. Em 1999, lançou Caffè Mille Luci, Brooklyn, New York, seu documentário de estreia em sessenta capítulos. Durante uma viagem a Israel, Saverio Costanzo descobriu a notícia que o inspirou a escrever Private, fazendo-o em colaboração com Sayed Qushua. O filme ganhou o prêmio Pardo no Festival de Locarno 2004.
18h: La spettatrice (Itália, 2004, Dir.: Paolo Franchi, 100 min)
Valeria tem vinte e seis anos, é fechada e solitária. Mora em Turim, onde trabalha como intérprete. Seu dia a dia não prevê uma relação amorosa. Através das janelas de seu apartamento, ela observa Massimo, seu vizinho quarentão, que nada percebe. Quando ele se muda para Roma, Valeria decide deixar Turim e segui-lo na capital, momento em que descobre a existência de Flavia, atual companheira de Massimo. Um incidente provocado pela própria Valeria leva as duas mulheres a se conhecerem. Nasce uma amizade sustentada pela mentira, dirigida pela curiosidade e amparada por uma estranha simpatia. Flavia, tão segura de si, irá se revelar frágil perante a encruzilhada que a levará a Massimo. Ele, por sua vez, irá se aproximar lentamente de Valeria, graças às circunstâncias que continuam levando-a para sua vida.
Sobre Paolo Franchi
Formando em letras modernas, com especialização em história da arte contemporânea, Paolo Franchi realizou seu primeiro curta, Pagine di un diario personale, aos dezenove anos. Formou-se em direção no Centro Experimental de Cinematografia de Roma. Em 1996, realizou o premiado média-metragem Frammenti di Sapienza. La spettatrice participou de vários festivais, conquistando diversos prêmios, dentre os quais o Prêmio FAC (Filme de Arte e Cultura) – AGIS 2005, o Grolla d’Oro do Prêmio Saint-Vincent para a inovação no cinema em 2005, além do Globo de Ouro 2005 para o melhor diretor estreante.
20h: L’uomo in più (Itália, 2001, Dir. Paolo Sorrentino, 100 min)
O primeiro longa-metragem de Paolo Sorrentino se passa na cidade de Nápoles nos anos 80 e conta a história de dois perdedores. Antonio Pisapia é um jogador de futebol no auge de sua carreira e Antonio "Tony" Pisapia é cantor. Ambos parecem ter o mundo a seus pés. O destino dos dois protagonistas toca-se de leve até cruzar-se por um instante. O senso de inadequação para enfrentar o desaparecimento do sonho acompanha os dois protagonistas. O insucesso grava a vontade e o orgulho. Um filme sobre o destino que poderia ter mudado, se ao menos tivessem se olhado, se ao menos tivessem acordado antes, se ao menos…
Sobre Paolo Sorrentino
Diretor e roteirista de todos os seus filmes, Sorrentino distingue-se por um estilo pessoal e contemporaneamente internacional: rigoroso, quase geométrico na escolha dos enquadramentos e dos movimentos de câmera; inovador e excêntrico em termos de roteiro. Seu longa-metragem de estreia é o multipremiado Luomo in più. Em 2004, lançou Le conseguenze dellamore, que foi apresentado em Cannes e ganhou cinco David di Donatello e três Nastri dArgento. Em 2006, voltou a concorrer no Festival de Cannes com Lamico di famiglia e, em 2008, com Il Divo.