Data
19/05/2021 a 28/05/2021
Horários
19, 21, 26, 28 de maio, quartas e sextas, das 19h às 21h
Ingresso
Pessoas a partir de 60 anos têm 50% de desconto nos cursos (limitado a cinco vagas e uma por CPF). Use o cupom IDOSO50OFF na hora da compra.
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O chamado cinema brasileiro moderno vai muito além de seus nomes mais conhecidos, como o de Glauber Rocha e o do Cinema Novo, movimento de renovação cinematográfica por ele liderado e comumente lembrado pelo slogan “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Quase uma década antes de Deus e o diabo na terra do sol (1964), de Glauber, o mais célebre filme moderno brasileiro, um processo de renovação se iniciara com Nelson Pereira dos Santos em Rio, 40 graus (1955) e Rio, zona norte (1957). Este curso apresenta a primeira década de desenvolvimento desse fenômeno múltiplo e multifacetado, abordando não só filmes, mas também a crítica; a produção de manifestos; o universo das mostras, festivais e congressos; as redes de sociabilidade; os diálogos com obras e ideias de outros países; e a própria escrita da história do cinema brasileiro. Dessa forma, o curso concilia filmes e temas já canônicos e obras menos conhecidas e propõe novos olhares e abordagens em diálogo com pesquisas desenvolvidas atualmente. Assim, o curso pode interessar àqueles que estudam o tema, aos amantes do cinema em geral e àqueles que buscam conhecer mais sobre o cinema e a história do Brasil. As aulas contam com apresentação de slides, a fim de sistematizar o conteúdo e de apresentar trechos de textos comentados, além da exibição de trechos de filmes analisados.
Aula 1 | Nelson Pereira dos Santos e o cinema Neorrealista no Brasil. Introdução histórica e conceitual ao cinema moderno: o cinema Neorrealista na Itália e a crítica de André Bazin na França (anos 1940-50). Cinema industrial e cinema independente no Brasil dos anos 1950: a trajetória de Nelson Pereira dos Santos. Discussão dos filmes Rio, 40 graus (1955) e Rio, zona norte (1957).
Aula 2 | Crítica, manifestos e a escrita da história do cinema brasileiro. A crítica de Paulo Emílio Sales Gomes e o cinema brasileiro moderno: discussão do texto “Uma situação colonial?” (1960). Renovação na crítica e no cinema na França dos anos 1950-60: política dos autores e Nouvelle Vague. A formação do grupo cinemanovista, os curtas-deflagradores e discussão dos manifestos “Algo de novo entre nós” (Gustavo Dahl, 1961) e a “Introdução” da Revisão crítica do cinema brasileiro (Glauber Rocha, 1963). Debate sobre renovação na crítica brasileira e a escrita canônica da história.
Aula 3 | O primeiro cinema de Joaquim Pedro de Andrade. A trajetória inicial de Joaquim Pedro de Andrade a partir de seus três primeiros filmes (O mestre de Apipucos e o poeta do Castelo, 1959, Couro de gato, 1961, e Garrincha,
alegria do povo, 1963), discussão de temas caros ao cinema brasileiro moderno: relação entre documentário e ficção; diálogo com a tradição modernista; realismo; e os conceitos de “nacional” e “popular”.
Aula 4 | Glauber Rocha e a estética da fome. A partir do filme Deus e o diabo na terra do sol (1964) e do manifesto “Estética da fome” (1965), ambos de Glauber Rocha, discussão sobre experimentação formal, nacionalismo e engajamento na primeira fase do Cinema Novo. Cinema brasileiro e mercado europeu. O projeto cinemanovista e o impacto do golpe militar de 1964. Desfecho com síntese do percurso abordado pelo curso.
Sobre o professor Luiz Ancona
Luiz Ancona possui bacharelado e licenciatura em História e Mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é doutorando no mesmo programa e universidade e bolsista da FAPESP, com pesquisa sobre o filme O homem do pau-brasil (Joaquim Pedro de Andrade, 1981). No mestrado, investigou a recepção crítica e censória dos filmes de Jean-Luc Godard no Brasil da década de 1960.
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