Prólogos do Cinema Silencioso no Brasil

O evento Prólogos do Cinema Silencioso no Brasil traz ao público uma sessão mista de cinema e teatro, revisitando uma prática comum nas primeiras décadas do cinema. Serão encenados no palco pela Companhia Antropofágica dois prólogos originalmente apresentados em 1926, seguidos pelos filmes Epidemia do jazz (James Cruze, 1925) e Vaqueiro estilizado (1925), dirigido e estrelado por Buster Keaton. Esta é uma atividade promovida pelo IntermIdia Project, projeto internacional que envolve pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University of Reading (UoR), na Inglaterra, com financiamento FAPESP-AHRC e coordenação geral de Lúcia Nagib (UoR).

O evento tem início às 15h com a mesa “Prólogos cinematográficos – Uma prática intermidiática”, formada por Lúcia Nagib (UoR), Luciana Corrêa de Araújo (UFSCar), John Gibbs (UoR), Margarida Adamatti (UFSCar), Lucy Tyler (UoR) e Thiago Reis Vasconcelos (Cia. Antropofágica). A programação de palco e tela começa às 17h. No primeiro programa, a Companhia Antropofágica apresenta À maneira de Pirandello…, anunciado na época como um prólogo “futurista”, sendo exibido em seguida o fragmento preservado do filme Epidemia do jazz (Beggar on horseback, James Cruze, 1925), com Edward Everett Horton. No segundo programa, o prólogo O vaqueiro estilizado, protagonizado por um leiteiro português que insiste em ser chamado de Buster Keaton, é apresentado pela Antropofágica antes da exibição de Vaqueiro estilizado (Go West, 1925), filme dirigido e estrelado por Buster Keaton.

Os prólogos cinematográficos constituíram uma das principais novidades implementadas pelo exibidor Francisco Serrador em 1926, com o objetivo de atrair espectadores para as primeiras e luxuosas salas construídas na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Os prólogos eram curtos espetáculos de palco, com roteiros e encenação especialmente elaborados para estabelecer relações com o longa-metragem projetado logo a seguir. A estreita relação com o filme em cartaz não impediu que os prólogos se tornassem atrações por eles mesmos, levando para o palco das salas de cinema diversos artistas, músicas e gêneros que faziam sucesso no teatro popular daquele momento. Prólogos do Cinema Silencioso no Brasil irá recriar dois programas mistos de palco e tela, com os prólogos sendo encenados pela Companhia Antropofágica a partir dos roteiros originais escritos em 1926, atualmente depositados no Arquivo Nacional (RJ). Mais informações sobre o projeto no site do IntermIdia Project: https://research.reading.ac.uk/intermidia/prologues/