MIS

Museu da Imagem e do Som

MIS

Museu da Imagem e do Som

Carregando Eventos

Quem tem medo das Mulheres no audiovisual?

Ciclo de encontros reúne convidadas especiais – como Débora Ivanov, advogada e produtora de cinema e televisão, a diretora de fotografia Helô Passos, e a Ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres de 2004 a 2011 Nilcéa Freire – para debater a condição do fazer artístico e técnico feminino no audiovisual.

 

Data

19/03/2016 a 20/03/2016

Horários

Confira os horários na programação ao lado

Retirada de ingressos com 1h de antecedência 

Nos dias 19 e 20 de março, o MIS recebe o seminário Quem tem medo das Mulheres no audiovisual?, iniciativa do Coletivo VERMELHA. Ao todo serão quatro mesas: Perspectivas de Transformação: políticas públicas, mídia e sociedade civil, A mulher negra no audiovisual brasileiro, Roteiro e gênero: a criação de personagens femininos e a autoria feminina e Trabalhos de meninas e meninos: um set de filmagem é o reflexo de uma sociedade machista?.

As mulheres representam metade da população do mundo, porém são quase mudas quando retratadas no cinema: em filmes de ficção, menos de um terço dos personagens com linhas de diálogo são mulheres. Do outro lado da tela, na força de trabalho necessária para se produzir um filme, ocupam apenas 22,5% das tarefas, e para cada quatro homens cineastas por trás das câmeras (diretores, roteiristas e produtores), há apenas uma mulher. Esses dados fazem parte da pesquisa Gênero nos Meios, do Instituto Geena Davis, realizada em 11 países, entre eles o Brasil – e encontram eco em muitos outros índices, como os da Pnad/IBGE: em 2014, no Brasil, as mulheres continuaram a receber salários em média 25% menores que a renda masculina. 

De acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), coordenada pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp-UERJ), um dos mais renomados centros de estudos de ciência política na América Latina, as mulheres negras brasileiras, apesar de representarem a maioria da população feminina do país (51,7%), apareceram em menos de dois a cada dez longas-metragens entre 2002 e 2012. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista. O lugar ocupado pela mulher na sociedade se reflete em todos os âmbitos da vida, e no meio audiovisual não é diferente: a desigualdade aparece nas relações de trabalho, e na própria representação da mulher no audiovisual.
 
O seminário parte dessas questões para reunir realizadoras, profissionais do mercado e pesquisadoras com o objetivo de estimular reflexões e ações concretas para fortalecer e visibilizar a atuação das mulheres no meio audiovisual brasileiro.
 
Conheça a programação completa:
 
19. 03 (sábado)
15h30
Perspectivas de transformação: políticas públicas, mídia e sociedade civil
Provocadora: Laura Capriglione, membro do coletivo Jornalistas Livres, focada na cobertura de Direitos Humanos e Sociais
Convidadas:
– Débora Ivanov, advogada e produtora de cinema e televisão
– Daniela Capelato, produtora, roteirista e curadora
– Larissa Fulana de Tal – realizadora no TELA PRETA, coletivo de cinema negro. Dirigiu os filmes Lápis de Cor (2014) e Cinzas (2015)
– Nilcea Freire – Atual representante da fundação Ford no Brasil, com foco em minorias étnicas, foi ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres entre 2004 e 2011
 
19h30
A mulher negra no audiovisual brasileiro
Provocadora: Wania Sant’Anna, consultora para o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça e Subcomissão de Diversidade da Petrobras. Ativista feminista e antirracista
Convidadas: 
– Yasmin Thainá, diretora do curta Kbela, escritora e roteirista
– Viviane Ferreira, cineasta, advogada e sócia da Odun Formação e Produção – SP
– Janaína Oliveira, professora de História na IFRJ, pesquisadora do cinema negro e coordenadora do Fórum Itinerante de Cinema Negro (FICINE) – RJ
 
20.03 (domingo)
15h30
Roteiro e gênero: a criação de personagens femininos e a autoria feminina
Provocadora: Lucia Monteiro, doutora em estudos cinematográficos pela Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3 e pela Universidade de São Paulo
Convidadas:
– Gabriela Amaral Almeida, roteirista e diretora
– Renata Martins, diretora e roteirista, dirigiu a websérie Empoderadas e foi uma das roteiristas da série Pedro & Bianca)
Renata Correa, roteirista e escritora, autora do livro Vaca e Outras Moças de Família (Ed. Patuá), atuou como roteirista em diversas emissoras de tv como MTV, Globo e Discovery. 
 
19h30
Trabalhos de meninas e meninos: um set de filmagem é o reflexo de uma sociedade machista?
Provocadora:
– Flavia Biroli, professora da UnB, pesquisadora do Demodê – Grupo de pesquisa sobre democracia e desigualdades, autora de inúmeros livros, entre eles Feminismo e política (Boitempo editorial)
Convidadas:
– Heloisa Passos, diretora de fotografia
– Maria Tereza Urias, integrante do coletivo audiovisual Tela Suja Filmes
– Marcia Rangel Candido, pesquisadora associada do Grupo de Estudo Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) e do Laboratório de Estudos de Midía e Esfera Pública (LEMEP)
– Cristina Amaral, montadora, premiada em vários Festivais de Cinema Brasileiro – Gramado, Brasília, entre outros
 
Sobre o coletivo
VERMELHA é um coletivo de diretoras e roteiristas formado por Manoela Ziggiatti, Lillah Halla, Caru Alves de Souza, Iana Cossoy Paro e Moara Passoni. Criado em São Paulo, em 2014, o coletivo se reúne periodicamente com a intenção de estudar e entender qual espaço as mulheres ocupam no meio audiovisual, tanto nos seus processos de produção e funções, como na forma em que a mulher é representada. 
Governo do Estado de SP