Data
26/11/2011
Horários
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Ingresso
R$ 6,00 (50% de desconto para estudantes)
15h
O HOMEM DE MARMORE / CZŁOWIEK Z MARMURU (Polônia, 1976, 153 minutos, cores, legendas em português. Formato da projeção: Digital)
"O Homem de Mármore" nasceu no sacrifício. Foram necessárias muitas tentativas e intervenções para convencer os funcionários e diretores de cultura de que este não fosse um filme que atacasse o governo comunista.
E foi? Foi, e de forma tão proeminente e minuciosa que gerou pânico. Esta obra de Wajda foi designada à distribuição limitada, fato que ao invés de mascarar, serviu para melhor popularizar e repercutir o filme. Uma obra que foi bem-sucedida em ligar uma arte sincera a uma crítica aberta sobre a mentira, violência e escravidão, tendo em si uma força singular de influência. Este filme se tornou também um grande evento, não apenas cultural. As mídias oficiais tentaram adulterar o seu sentido, falando e escrevendo que “O Homem de Mármore” é somente uma voz útil em um construtivo debate socialista sobre “o tempo dos erros e distorções” condenado já pelo partido comunista. Mas também desta vez “a vontade do partido” se desencontrou com “a vontade do povo”.
A vida dramática de Mateusz Birkut (Jerzy Radziwiłowicz) foi com razão percebida pelos espectadores como uma metáfora de luta de uma unidade contra o totalitarismo. “A luta de Birkut pela verdade, afinal não acabou nos anos 50” – Wajda parecia dizer através de seu filme – “essa luta continua até hoje, e prova disso é a desesperada luta de Agnieszka (Krystyna Janda) contra a nomenclatura da televisão".
Para o sucesso de “O Homem de Mármore” contribuíram o talento e trabalho de muitas pessoas, principalmente do diretor e dos atores principais. A criação espetacular de Mateusz Birkut, foi desempenhada pelo jovem ator do Teatro Velho de Cracóvia Jerzy Radziwiłowicz, antes conhecido apenas por dois papéis no cinema. Uma debutante absoluta na tela foi a expressiva Krystyna Janda, na época uma atriz de vinte e cinco anos de idade do Teatro Ateneum de Varsóvia. A atenção da crítica foi atraída também pela construção da obra de Wajda. Pois não se trata somente de um conto fascinante sobre o homem destruído pela história, mas também uma minuciosa gravação da realização de um filme. É um registro de um caminho frequentemente difícil de um autor cheio de obstáculos em forma de falta de dinheiro, má vontade das autoridades, problemas técnicos. Hoje o filme “O Homem de Mármore” já é um clássico e uma lenda.