O Lugar da Arte em Deslocamento

Os trabalhos reunidos na exposição exploram as possibilidades das mídias portáteis. São imagens e sons que circulam nos mais diversos lugares físicos, virtuais, ou de realidade mista. Há uma ênfase em trabalhos relacionados ao tema do trânsito, tanto na construção de pequenas redes que questionam os protocolos da transmissão compartilhada quanto engendrando novas possibilidades de fruição audiovisual.

Um dos aspectos centrais da mostra é o questionamento do lugar da arte na cultura da mobilidade, numa época em que aparelhos GPS ou sistemas de localização geográfica embutidos em telefones celulares tornam-se objetos cotidianos.

A terceira edição do Vivo Arte.Mov procura estabelecer elos entre os diversos lugares da arte, aproximando a galeria do espaço público e refletindo a proximidade entre as mídias locativas e os trabalhos site-specific. Curiosamente, o título Descontínua Paisagem, do trabalho de Fernando Velasquez (vencedor do Prêmio de Artes Locativas do Fesival), remete justamente à descontinuidade da paisagem que as novas formas de rede estimulam. Do tempo ao espaço, ou nas fraturas de um e de outro, os trabalhos de “O Lugar da Arte em Deslocamento” espelham este universo em que as redes sobrepõem-se de forma cada vez mais intensa ao espaço urbano.