Data
01/02/2020 a 15/03/2020
Horários
Abertura: 01/fevereiro, às 10h Terças a sábados – 10h às 22h Domingos e feriados – 10h às 20h
Ingresso
Entrada gratuita
O MIS celebra a vida e obra da escritora, poeta e dramaturga paulista Hilda Hilst (1930-2004) no ano em que se comemora 90 anos do seu nascimento com o projeto Revelando Hilda Hilst, que também marca o início das comemorações do aniversário de 50 anos do Museu da Imagem e do Som.
Com curadoria do artista visual e jornalista Jurandy Valença e co-realização da Caboclas Produções, o projeto apresenta uma exposição de retratos de Hilda, alguns deles inéditos, desenhos de sua autoria nunca antes exibidos em público, além de quinze edições originais dos livros de Hilda. A mostra se completa com a instalação sonora Rede Telefonia, de Gabriela Greeb e Mario Ramiro, na qual é possível ouvir a voz da autora por intermédio de gravações originais realizadas na década de 1970, quando ela tentava se comunicar com o além.
Já a programação paralela traz leituras de seus poemas, com convidados como Cida Moreira, Camila Pitanga e Dudu Bertholini, entre outros, além da exibição dos filmes Hilda Hilst pede contato (dir. Gabriela Greeb, 2018) e O unicórnio (dir. Eduardo Nunes, 2018), e a leitura dramática de uma de suas peças, O visitante, escrita em 1968 em plena ditadura militar.
PROGRAMAÇÃO PARALELA
>> 08.02, sábado | Exibição dos filmes Hilda Hilst pede contato + O unicórnio
>> 01.03, Bate-Papo Hilda Hilst – Vida e Obra, com Ana Lima Cecílio (biógrafa de escritora), Eliane Robert de Moraes (professora da USP e especialista em literatura erótica, autora de diversos livros sobre o tema) e Gabriela Greeb (diretora do filme-documentário sobre Hilda Hilst). A mediação é de Jurandy Valença (curador do projeto Revelando Hilda Hilst, artista visual e diretor adjunto do Centro Cultural São Paulo).
>> 07.03 |15h| Leitura dramática de O Visitante, com Camila Pitanga, Pascoal da Conceição, Samuel de Assis e Thais Peixoto; e direção de Claudia Schapira.
ORIENTAÇÕES GERAIS
Fotos são permitidas, desde que sem flash, em todos os ambientes da exposição. Não se esqueça de compartilhá-las com a hashtag #hildanomis!
SOBRE A EXPOSIÇÃO
Revelando Hilda Hilst reúne fotografias de Hilda Hilst registradas por quatro fotógrafos em diferentes períodos. A primeira série exibe registros da autora de 1959, quando ela tinha 29 anos, realizados pelo fotógrafo português Fernando Lemos, falecido em dezembro do ano passado. A segunda série, realizada em 1990 pelo fotógrafo, arquiteto, músico e desenhista paulistano Gal Oppido (1952) retrata Hilda com 60 anos; os registros foram feitos durante uma entrevista que o escritor Caio Fernando Abreu fazia com Hilda para a revista A-Z. A mostra também traz uma série do fotógrafo paulistano Eduardo Simões (1956), que realizou fotos da autora na sua residência, a Casa do Sol, em Campinas (SP), em 1999. As imagens registram não só a escritora, mas sua casa e seu entorno, inclusive seus inseparáveis companheiros, as dezenas de cachorros que moravam com ela. A última série é do Jornalista, fotógrafo e curador independente, Eder Chiodetto, autor do livro O lugar do escritor (Cosac Naify, 2002), que retrata 36 escritores brasileiros, entre eles Hilda Hilst, em registros feitos sete anos antes de sua morte. A maioria das fotografias de Oppido e Simões nunca foram exibidas.
“Hilda Hilst se isolou na Casa do Sol e lá permaneceu até sua morte criando alguns dos textos mais significativos da literatura brasileira. Tive a sorte e o prazer enorme de morar e trabalhar com ela por um período de quatro anos no começo da década de 1990”, conta Jurandy Valença. “Nesses 90 anos de seu nascimento, essa mostra é uma homenagem que reúne inúmeros registros nunca antes vistos ou ouvidos pelo público, alguns em raras e pontuais oportunidades. Eles apresentam uma Hilda com múltiplas facetas, além da escritora, poeta, dramaturga e cronista, mas também uma desenhista que criava seres híbridos que se situavam entre o humano, o animal e o vegetal em uma atmosfera que dialoga muito com o surrealismo”, completa. O público também poderá ver a matriz em madeira da xilogravura da artista Maria Bonomi, realizada na década de 1970, que foi usada para a capa de um dos mais importantes livros de Hilda, Qadós; e um livro em francês de Freud, da biblioteca de Hilda, com grifos e um desenho assinado por ela.
SOBRE A INSTALAÇÃO SONORA “REDE TELEFONIA”
A instalação de Gabriela Greeb e Mario Ramiro dá continuidade às experiências realizadas pela escritora brasileira Hilda Hilst na década de 1970, quando ela procurava por meio de gravações de sinais de rádio, um canal de comunicação com amigos já falecidos. Ela escolhia um espaço vazio entre duas estações e registrava em fita magnética alguns minutos do chiado característico das estações fora do ar. Conhecido como ruído branco este chiado seria, supostamente, o meio utilizado pelos “espíritos” para entrar em contato com o nosso mundo. A partir de arquivos originais, Rede telefonia propõe ao público uma provocação: entrar em contato com a poeta, morta em 2004 e que em suas experiências perguntava “Vocês mortos, vivem?”. A transcrição completa do acervo de fitas cassetes de Hilda Hilst foi publicada pela primeira vez no livro Hilda Hilst pede contato. No volume, com o auxilio do código QR o material original também pode ser escutado pelo leitor. Nos áudios em primeira pessoa e em conversas com pessoas próximas como Lygia Fagundes Telles, ela discorre sobre o tempo, comenta obras e escritores, fala de sua solidão, de sua escrita, do desejo de ser lida e traduzida. Na mostra, o público também poderá acessar – via QR Code – áudios com cerca de 20 poemas lidos pela própria autora.
SOBRE HILDA HILST
Hilda Hilst (1930-2004) foi uma poetisa, cronista, dramaturga e ficcionista brasileira. É considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século 20. Hilda de Almeida Prado Hilst nasceu em Jaú, São Paulo, no dia 21 de abril de 1930. Em 1937, veio morar em São Paulo, capital. Hilda estreou na literatura com a publicação de seu primeiro livro de poesias, intitulado Presságio (1950). Desde então, foram mais de 40 obras publicadas, várias traduções internacionais e inúmeros prêmios. Em meados da década de 1960, constrói a Casa do Sol nos arredores de Campinas, atualmente sede do Instituto Hilda Hilst, tombada pelo patrimônio histórico de Campinas em 2011, e que abriga seu acervo pessoal, biblioteca, roupas, além de manter um programa de residências artísticas.
SOBRE O CURADOR
Jurandy Valença (Maceió, Alagoas, 1969) morou e trabalhou com a autora paulista Hilda Hilst na Casa do Sol, em Campinas durante quatro anos na década de 1990. Atualmente trabalha com gestão cultural, como diretor adjunto do Centro Cultural São Paulo (CCSP). Já atuou na área como coordenador geral dos centros culturais e teatros da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo; coordenador geral da Oficina Cultural Oswald de Andrade, equipamento cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo; e diretor de projetos do Instituto Cultural Hilda Hilst, em Campinas. Como artista visual e curador realiza trabalhos em fotografia desde 1998. Participou de mais de 70 exposições, entre individuais e coletivas. Recebeu prêmios e aquisições em 2002, 2003 e 2004, e já realizou mais de dez curadorias.